Andrea Nogueira

02/03/2019 10h51
Feriado, feriado, feriados...
 
Vez por outra, os próprios brasileiros brincam e desdenham do seu país devido à grande quantidade de feriados no calendário. Não por acaso, aproxima-se uma festa muito conhecida, sendo também a que mais propaga o Brasil pelo mundo afora: o Carnaval.
Oficialmente, o Brasil tem oito feriados nacionais e dentre estes não está o Carnaval. 
 
Na verdade, até se houver uma legislação estadual ou municipal definindo o Carnaval como feriado, não serão DIAS de carnaval, mas DIA, no singular. É que não existe feriado de dias seguidos. Ocorre, na verdade, um “aproveitamento” do período, abençoando os dias vizinhos daquele feriado decretado.
 
Contudo, quando o feriado não existe no calendário, é de costume decretar o famoso “ponto facultativo” de dias consecutivos, para que servidores públicos divirtam-se, ou descansem, no lugar de trabalhar. O mesmo não se aplica a empregados privados. Para estes não existe PONTO FACULTATIVO, pois só estão legalmente dispensados do trabalho nos chamados FERIADOS (guardadas as tratativas entre empregado e empregador). 
 
Acostumar-se com essa realidade é bastante impróprio para um povo que ainda suporta uma economia deficiente.
 
Curiosamente, os trabalhadores do serviço público, geralmente são mais bem remunerados do que os trabalhadores da iniciativa privada, além de que gozam de estabilidade também diferenciada. E são estes servidores também (não todos eles) que alimentam a fama de morosidade, ineficiência e má prestação dos serviços públicos. Mas o que são alguns dias sem trabalhar? “É para fomentar a economia” dizem alguns. Porém, boa parte dos beneficiados com o feriadão fica em suas casas devido à crise financeira palpável em nosso país. De fato, não conseguem fomentar nada além da sua condição de privilegiados no mercado de trabalho.
 
Reportando-nos ao Rio Grande do Norte, vale registrar que servidor público do poder executivo, legislativo e judiciário estão desobrigados a trabalhar (de um modo geral) nos dias 04, 05 e 06 de março. Este último por razão de ser “quarta feira de cinzas” (pois certamente há uma grande maioria de servidores católicos praticantes). E para não cometer injustiça, registre-se que a administração pública estadual só gozará do ponto facultativo na quarta feira (dia 06) até as 14h.
 
O ponto facultativo, na verdade, foi a solução encontrada para transformar um dia normal num feriado qualquer.
 
Existe uma crise real. A população está mergulhada nos problemas da administração pública, atormentados com a morosidade dos processos judiciais, preocupados com um legislativo em fase de reconstrução de sua credibilidade perante a sociedade. Mas nada como um ponto facultativo atrás do outro. De repente, sendo facultativo, alguém irá trabalhar pelos cidadãos que clamam por mais eficiência. 
 
A regra é divertir-se nos feriados e pontos facultativos. Animar-se, gastar um pouco o suado dinheirinho, rezar bastante, descansar e voltar revigorado para mais um dia de trabalho normal. Afinal, tantos dias de trabalho pra que?

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