Andrezza Tavares

24/03/2019 17h29
 
 
Sociedade de consumo é um termo utilizado para designar o tipo de sociedade que se encontra numa avançada etapa de desenvolvimento industrial capitalista e que se caracteriza pelo consumo massivo de bens e de serviços disponíveis, impulsionados pela elevada produção econômica.
 
Nos tempos atuais, pensar criticamente sobre tal sociedade de consumo é um exercício reflexivo necessário para se entender o caminho oculto que se constrói entre a assimilação de tal pressuposto da economia capitalista e as suas consequências para as práticas sociais. 
 
O consumo como prática cultural apropriada pela sociedade, a partir do universo simbólico do capitalismo neoliberal, está entre as atividades centrais que legitimam a derrocada da formação de grupos com organização política, de movimentos de resistência e de agentes sociais conscientes quanto aos valores humanitários e cooperativos. 
 
A ordem capitalista é que as organizações se sirvam do campo da comunicação social para a consubstanciação das práticas de consumo. O ciclo dessa comunicação deve consolidar campanhas publicitárias afinadas com as ideias capitalistas de competitividade, de lucratividade e de produtividade que impactem os indivíduos para o consumo. 
 
A inclusão dos grupos sócio-culturais no campo simbólico do consumo capitalista dificulta que a constituição de um projeto social e político profundo, visando à transformação das estruturas sócio-econômicas vigentes que permeiam simbolicamente todos os setores da sociedade.
 
As pessoas consumistas são aquelas que permitem que a essência dos valores   capitalistas influenciem as suas crenças, desejos, ambientes, enfim, a totalidade de seu conteúdo psíquico. 
 
A literatura científica do campo da Psicologia alerta que a apropriação cultural do consumismo pode desenvolver: quadros de crise existencial, a insensibilidade sociológica, déficit da autonomia política, o isolamento/separação entre as pessoas, entre outros.
 
Essa problematização, além de ser um exercício reflexivo necessário aos indivíduos em suas peculiaridades, também é um exercício pertinente ao  trabalho dos comunicadores sociais (publicitário, jornalista, radialista, cineastas...), enquanto sujeitos produtores culturais que dialogam com grandes públicos da sociedade. Tais profissionais, podem provocar o pensar sobre a face oculta do consumo e sobre os seus perversos condicionantes. O campo da comunicação social é um vetor fulcral para a educação social!

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