Andrea Nogueira

31/08/2019 00h33
 
Um agosto cor lilás
 
Há algum tempo as campanhas de conscientização popular vem ganhando cores diversas. Muito conhecidas nacionalmente, temos a campanha do Outubro Rosa, do Setembro Amarelo, do Novembro Azul e assim por diante.
 
As cores chegam para auxiliar na fixação de ideias, na harmonização de um tema relevante trazido à baila.
 
Apesar de ainda não existir um calendário oficial pontuando as colorações dos meses, diversas campanhas são cada vez mais conhecidas, divulgadas e abraçadas por pessoas do mundo inteiro e estão sempre relacionadas a um pedacinho do arco-íris.
 
O mês de agosto ganhou a cor lilás para marcar uma campanha de combate à violência doméstica e familiar face à mulher. 
 
No meio da diversidade de tons existentes ao olho humano, o lilás é uma mistura de cores diferentes, também considerado uma variação do roxo. Está presente em muitas flores e até no por do sol. É comum encontrar afirmações sobre esta cor, relacionando-a a qualidades como simpatia, mente aberta e extroversão. Dizem que o lilás ajuda a reduzir o comportamento antissocial e a agressão, estimulando a expressão emocional. É, portanto, uma cor cheia de significado. Não à toa foi escolhida para simbolizar uma época de intenso trabalho de conscientização da mulher sobre seus direitos.
 
Colorir o mês com a tonalidade da campanha é uma forma de reforçar determinada luta. O Agosto Lilás vem ganhando grande repercussão e a cada ano torna-se mais popular. É um mês de intensiva luta pela proteção da mulher; um período de massiva informação sobre a existência da Lei Maria da Penha e dos tipos de violência não mais tolerados. É marcado por palestras, rodas de conversas, entrevistas explicativas, cursos, audiências públicas, recursos visuais como iluminação lilás em prédios públicos, cartazes contendo os cinco tipos de violências combatidos, folders, encontros musicais ou de simples aglomeração de ideias.
 
O mês de agosto, que abriga o aniversário da Lei Maria da Penha, ganhou a cor lilás para reforçar a autoestima como arma de combate ao machismo.
Em agosto, a violência contra a mulher é intensamente comentada, debatida. A sociedade toca no assunto, mexe na ferida, reflete. Muitos se incomodam, chamam de “mi mi mi”, exagero, preferem deixar pra lá. Mas o lilás intenso insiste em lembra-los que não podem mais esquecer ou desconsiderar as dores de quem sofre com a violência. E, aos poucos, mas gradativamente, o agosto vai sendo lembrado em setembro, outubro, novembro, dezembro... Futuramente teremos agosto lilás em todos os meses até que não seja mais necessário existir em nenhuma época do ano, quando finalmente a violência contra a mulher deixar de existir.
 

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