Evandro Borges

17/04/2020 00h02
 
A produção leiteira e de derivados no Rio Grande do Norte
 
 
No decorrer desta semana o Núcleo de Estudos em Economia e Políticas para o Desenvolvimento Rural – NERUR da UFRN, através dos professores Alice Aloísa da Cruz, Thales Augusto Medeiros Penha e João Matos Filho publicou um artigo denominado “A economia leiteira do Rio Grande do Norte: algumas reflexões sobre o panorama geral e os efeitos da pandemia”, uma leitura obrigatória para todos que se importa com o desenvolvimento do Rio Grande do Norte.
 
O artigo começa situando a produção leitura no mundo, colocando o Brasil como o terceiro produtor de leite, abaixo somente, dos EUA e da Índia, com uma produção com forte heterogeneidade em virtude da coexistência de produtores com técnicas rudimentares e outros com uma produção intensiva, e com gado de excelente grau genético de produtividade, colocando a necessidade do consumo pela pessoa humana conforme a OMS, de 210 litros/habitante/ano e o baixo consumo brasileiro de 116,5 ano.
 
  O artigo envereda pela análise do Rio Grande do Norte apontando que o Município de maior produção no Estado é Caicó, o Rio Grande do Norte produziu no ano de 2018 a quantia 278,256 milhões de litros de leite, um montante maior do que o ano de 2017, ainda em plena estiagem, revelando a melhoria genética de produção e as técnicas empreendidas para a formação de forragem, reduzindo custos para os produtores.
 
Uma observação interessante no artigo dos professores diz respeito ao Programa do leite introduzido inicialmente pelo Governo Federal e incrementado pelos Governos Estaduais durante sucessivos governos, mesmo com todas as falhas já conhecidas pela opinião pública, enfrentou a decadência do ciclo do algodão, deixando o Estado como importador de leite, para autossuficiência na oferta de leite fluido, passando de duas usinas alcançando cerca de trinta usinas.
 
Alguns destaques foi a relevância da produção pontual do leite de búfala, reconhecido para as pessoas com dieta a intolerância a lactose e exportada, especialmente para os EUA, o financiamento para 24 queijeiras, no contrato com o Banco Mundial, todas para Municípios encravados no Seridó do Estado, e que 54% da produção do leite está concentrada nas microrregiões  do Agreste Potiguar, Seridó Ocidental e oriental e em Macaíba localizada na Região Metropolitana de Natal. 
 
A produção leiteira inspecionada atinge apenas 73,736 milhões de litros de uma produção de 278,656 milhões de leite, um dado preocupante, pois, somente no Seridó do Estado encontram-se 311 queijeiras artesanais, geradoras de postos de trabalho e empregos formais, e com uma cultura de produção de queijos, tanto o de manteiga como o de coalho, que levam um marca informal do Seridó de grande aceitação nos mercados.
 
Outro destaque do texto diz respeito que o semiárido e as estiagens não são limitantes para a produção leiteira do Estado, com a grande estiagem de 2012 a 2017 foi possível ser realizada uma seleção natural do gado bovino, a melhoria dos volumosos, contando com um programa específico para palma, de origem mexicana, denominado APRISCO da Secretaria de Estado de Agricultura e Pesca e forrageiras arbóreas, apoiadas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN  e do  SEBRAE.
 
O artigo é muito bom, com boa demonstração gráfica, com fontes bibliográficas, e conclui com o impacto da crise da pandemia que poderá haver uma redução do consumo interno no setor lácteo, afetando produtores familiares, pequenos e médios, cabendo os órgãos públicos de todas as esferas adotarem medidas e políticas para mitigar os possíveis efeitos da crise, podendo ser acessados através do seguinte endereço:
 
https://drive.google.com/drive/folders/1hGBnua2Lu77kdT7kzi3AZ. KtXzii15K?usp=sharing

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