Cefas Carvalho

10/06/2020 00h04
 
Agora é provado pelo IBGE: Homem potiguar é que o menos realiza tarefas de casa
 
 
Como jornalista, recebo com regularidade e-mails e dados diversos do IBGE. Sempre que posso leio com atenção, mesmo quando não há alguma informação que sirva necessariamente para uma matéria jornalística ou divulgação imediata.
 
O boletim dessa semana me chamou a atenção. Entre muitos outros dados interessantes comparativos entre potiguares e brasileiros de outros Estados em geral (como percentual de pessoas que cuidam de idosos etc) saltou aos meus olhos essa informação: O Rio Grande do Norte tem a maior diferença do Brasil na realização de tarefas do lar entre homens e mulheres.Sim, é isso mesmo que você leu. O que eu aqui comigo desconfiava, agora está provado e documentado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Segundo a pesquisa. 88,4% das mulheres do RN cuidam da casa, mas apenas 62,2% dos homens potiguares ajudam nessa atividade, uma diferença de 26,2 pontos percentuais. A maior do Brasil.
 
Em números absolutos, 841 mil homens e 1,3 milhão de mulheres potiguares dedicam-se às atividades do seu próprio lar ou de parente. No Brasil, também ocorre o desequilíbrio entre homens (78,6%) e mulheres (92,6%), mas em proporção menor.Pelo que apurou o IBGE, os homens norte-rio-grandenses só superam as mulheres quando o assunto é “fazer pequenos reparos ou manutenção do domicílio, automóvel e outros equipamentos” e “cuidar de animais domésticos”. As demais tarefas, como “preparar ou servir alimentos” e “cuidar da limpeza de roupas e sapatos”, são atribuições majoritariamente femininas no Estado.
 
Mesmo quando se compara homens e mulheres com emprego formal ou trabalho informal, o gasto de tempo feminino com tarefas domésticas é o dobro do masculino no Rio Grande do Norte. São nove horas trabalhadas por eles, enquanto elas dedicam dezoito horas semanais aos afazeres de casa.
 
O IBGE ratificou o que eu sempre imaginei. Já tendo morado em outros estados e viajado com certa frequência, vejo que o homem potiguar médio ainda vive no modelo social dos anos 30/40 no que tange a divisão de tarefas. Claro, mesmo nesses núcleos as mulheres trabalham, recebem salários, são autônomas, mas, quando a questão é a casa...Cansei de visitar casais de amigos em festas, jantares ou churrascos e ver quase sempre o mesmo ritual: A mulher no fogão e servindo (ou tirando) a mesa, e o homem refestelado batendo papo e com uma latinha de cerveja à mão.Recordo de uma situação, lá pelos vinte e poucos, quando recebi em Natal um amigo paulista, e numa animada bar em bar ele presenciou entre um casal amigo meu, o cara chamando a esposa de "mainha". Meu amigo brincou sobre um complexo de Édipo ali. Nada disso. Era (e é) só comodismo operacional mesmo. O cara é paparicado na juventude pela "mainha" dele e quando casa acha outra "mainha" para continuar os mimos.   
 
Se quiser ver os números nacionais da pesquisa, por Estados, aqui: :https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/27877-em-media-mulheres-dedicam-10-4-horas-por-semana-a-mais-que-os-homens-aos-afazeres-domesticos-ou-ao-cuidado-de-pessoas
 

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