Valério Mesquita

11/06/2020 09h01
 
INSTITUTO PRÓ-MEMÓRIA DE MACAIBA
 
 
Aos macaibenses e macaibeiros, de perto e da distância, torna-se público que nasceu o Instituto Pró-Memória de Macaíba, com sede no Solar do Caxangá, Rua Dr. Pedro Velho, centro.
 
Macaíba, talvez nem precisasse mais repetir, é uma cidade de significativa densidade histórica e cultural, não apenas por ter sido berço de figuras proeminentes como Augusto Severo, Alberto Maranhão, Tavares de Lyra, Auta de Souza, Henrique Castriciano de Souza, João Chaves, Otacílio Alecrim, Jessé Pinto Freire, Enock Garcia, Alfredo Mesquita Filho, Major Antônio Andrade, José Jorge Maciel, Bartolomeu Fagundes, José Melquíades, Manoel Maurício Freire, Ivan e João Meira Lima e tantos outros, mas também porque foi palco do processo inicial de colonização que começou com o Solar do Ferreiro Torto, o Engenho dos Guarapes, a invasão dos holandeses guiados pelo judeu Jacob Raby e ali, bem perto, pelo martírio de Uruaçu, atual São Gonçalo do Amarante, cuja história política e social se confunde com a de Macaíba.
 
Essa identidade histórico-cultural estava para desaparecer. Os sobrados e casarões onde nasceu a maioria desses vultos já não existem mais. Foram derrubados ou descaracterizados. A cidade está na UTI da perda total da memória. E a tendência seria desaparecer tudo de vez, inclusive as datas célebres dos feitos dos seus filhos heróis, os livros, as ações, e os poucos monumentos que ainda restam.
 
Por isso tudo surgiu o Instituto com uma ideia, uma proposta de resgatar e salvaguardar o espólio cultural do Município para que não ficasse, também, comprometido, o seu futuro. Os anjos tutelares desse movimento são Olímpio Maciel Neto, Franklin Delano Garcia, Roosevelt Meira Garcia, Nídia Mesquita, além de outros componentes, igualmente filhos da terra-berço da maternidade. A sede da entidade foi uma opção pré-concebida de salvar da destruição iminente o Solar do Caxangá que pertenceu ao Coronel Afonso Saraiva e, depois, como dote de matrimônio de sua filha D. Segunda, no século dezenove, foi transferido para o Major Antônio Andrade de Lima.
 
Quem for a Macaíba conhecer o Solar, hoje cerca- do de construções irregulares que destruíram a visão senhorial do prédio, há de convir e constatar que a diretoria do Instituto fez o milagre da ressurreição, não deixando por terra uma das mais raras relíquias de mais de 150 anos de história. Macaibenses e macaibeiros: é chegada a hora de todos de boa vontade, que amam essa cidade, que lhe devem os sonhos e as ilusões, ajudarem o trabalho maior, não dos que caminham depressa e passam, mas dos que não param nunca de caminhar. Visitem a Casa da Memória Macaibense. Conheçam seus projetos. Irmanem-se em favor de uma causa que procura restituir a alma de sua cidade.
 
 

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