Bia Crispim

03/07/2020 00h02
 
SIM!
 
 
Hoje meu texto não é voltado às questões da comunidade LGBTQIA+ como de costume. Hoje meu texto é para todxs nós que estamos vivenciando esse isolamento social, essa pandemia e passamos a conviver com um monte de NÃOS, uma série de restrições e proibições.
 
Quero manifestar meu desejo de permissão, minha necessidade de conceder, minha vontade de dizer Sim para a vida, para minha saudosa normalidade. Talvez, desejo de muitos de vocês que me leem.
 
Portanto quero dizer SIM... para um monte de coisas que nos estão sedo negadas... 
 
Sim! Esta é a primeira de todas as palavras. Pra começar permitindo, permitindo-se, permitindo-me. 
Sim! Palavra primeira que concede... que abre... que indica que é certo, que tá na hora, que quero você para o resto da vida.
Sim! Que deixa os vampiros adentrarem em sua casa e beberem seu sangue, e te encherem de vida eterna, por que assim foi concedido.
Sim! Para rebater todos e cada "não" que ouvimos diariamente em quaisquer circunstâncias da vida. 
Sim! Para a vida, para o amor, para o sexo, para o barzinho em fim de dia. 
Sim! Para o cinema, para o papo com os amigos, para o violão à luz da lua. 
Sim! Para o carinho, para o bom dia,  para o raio de sol ou de luar. 
Sim! Para o abraço, para o beijo, para o aperto de mão e nossos encontros familiares aglomerados.
Sim! Para a noite e para o dia, para os sonhos, bons sonhos e para o sono (junto ou separado).
Sim! Para estar esparramado na cama, como se ela  (a cama) fosse seu mundo e nela realizar todos os seus desejos.
Sim! Para voltar a ser criança, fazendo coisas de criança... Em qualquer lugar que a criança possa estar.
Sim! Sim! Sim! Porque sou otimista, proativa, porque sou professora e a escola é meu lugar.
Sim! Também por que me permito ser triste ou melancólica ou nostálgica ou pessimista... E chorar e sofrer faz parte...
Sim! Para as coisas que machucam e ensinam e fazem crescer. 
Sim! Para o começo e para o fim, para o choro e para o sorriso, para a raiva e a alegria, para o gozo e para a dor. 
Sim! Para tudo o que a vida nos reserva e que só descobrimos o sabor, os sabores, quando permitimos que ela nos invada e nos sacuda, e nos conduza e nos faça... 
Sim! Para os  seres que somos, para nossa plural e multifacetada existência, para o que pensamos e falamos e concordamos ou descordamos... 
Sim! Para os nossos erros e acertos. 
Sim! Porque só dizendo Sim!, é que nos tornamos verdadeiramente humanos.
 

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