Daniel Costa

24/07/2020 14h55
 
O PT NÃO VAI À LUTA?
 
 
Em razão da pandemia, muitos assuntos que estariam na boca do povo têm sido deixados de lado. O mês de agosto se aproxima e seria natural que os natalenses estivessem a falar sobre os problemas da cidade e a respeito das candidaturas para o cargo de prefeito. Mas os temas não decolam. E uma particularidade chama atenção: o atual administrador municipal parece ter largado numa corrida sem adversários. Ele está a caminhar na pista, distribuindo sorrisos e abraços, como quem já dá a volta da vitória. Será por que Álvaro Dias realiza gestão isenta de críticas afastando assim os potenciais adversários? 
 
Parece não ser esse o caso. Afinal de contas, o seu populismo é tão barulhento quanto festejo de Carnaval. A atuação do prefeito durante a crise do coronavírus, por exemplo, tem sido recheada de idas e vindas, em ações clara-mente oportunistas. Isso deixa evidente que existe muita incompetência a ser descortinada para o grande público. 
 
O problema é que se faz necessário um antagonista pra valer, que lance candidatura e aponte os erros da presente administração. O Partido dos Trabalhadores, legenda da governadora, seria a oposição natural. Mas até agora não mostrou as caras. Falou-se inicialmente na deputada Natália Bonavides, em seguida correu pelas páginas dos blogs e dos jornais a figura do médico Alexan-dre Motta. Agora, não há sequer um CPF a circular pelo whatsapp.  Nem mesmo a hipótese de indicação de nomes de candidatos de outros partidos ditos de es-querda para uma composição tem-se escutado.  
 
Descartada a irônica hipótese da ausência de adversário diante uma gestão impecável, se renova no horizonte a tese das brigas intestinas. Ou seja, a existência de desavenças no seio do próprio PT estaria a impedir que surja uma candidatura forte. 
 
Esses conflitos internos são naturais dentro das estruturas partidá-rias. Mas parece acontecer de forma intensa na representação do PT aqui por essas plagas, que tem sido marcada por um duelo entre Fátima Bezerra e Fernando Mineiro. Eles cedem raros espaços para outros pretendentes e embaraçam a renovação dos quadros, o que possivelmente dificulta o surgimento de nomes com vigor suficiente para concorrer à disputa majoritária.
 
Os natalenses então observam a singular situação de ter na cabeceira do executivo um prefeito Paraguaçu, que apresenta como marco de gestão reformas de quadras poliesportivas e o uso de vermífugo no combate à maior crise sanitária vivida pelo município; mas que caminha em direção à vitória no pleito de novembro, porque o principal partido oposicionista não tem sido capaz de apresentar candidato que assuma a tarefa de combater o arcaico populismo de Álvaro Dias. 
 

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