Emanuela Sousa

09/08/2020 00h15
 
E se o depois não vier? 
 
 
Entramos em agosto. E com ele trouxe algumas mudanças para minha vida.
 
Ainda durante a semana tirei uma manhã para andar em volta de um parque. Meus pensamentos me levaram para tão longe que perdi a noção das horas.  Tinham se passado quarenta e três minutos e eu não havia parado de caminhar.
 
Decidi nesse meio tempo que irei me entregar ao hoje, ao agora, pois talvez o amanhã não chegue. 
 
Já não há mais tempo para pensar no amanhã.
 
Me tornei imediatista.
 
Quero o abraço e o beijo para hoje, quero as sociais entre amigos para agora... Sem precisar pensar nas consequências do depois.
 
Chega um momento da nossa vida que não queremos mais romantizar as situações dolorosas da vida. Chega-se  um tempo que não queremos mais esperar por quem não espera pela gente. A entrega lenta de pessoas que andam numa corda bamba entre o medo e a cautela no final cansam, e depois de um tempo você descobre que estava carregando um fardo. E esse fardo...
 
Cansa,
Pesa,
Esgota...
 
Cada dia que passa fica mais difícil esperar para viver. Só olhar o calendário, e ver os dias saltando entre nossos olhos... Quando vamos nos dar conta já se passou metade do ano... Você já reparou nisso?
E você o que viveu?  Mais um ano que está se passando em branco, ou você viveu o máximo que pode? Será que sua vida inteira foi uma eterna quarentena..?
 
Abra uma garrafa de cerveja esta noite. Brinde com os amigos mais chegados, compartilhe os momentos, troquem risadas, abra os ouvidos para ouvir o que o outro tem a dizer.
 
Que saudade que eu estava disso!!!  Abrace quem estiver contigo na hora de se despedir. Afinal não sei o que será depois, não sei quando nos veremos novamente.
 
Chega um determinado momento que tudo que a gente precisa é de bons amigos, bons drinks para selar os encontros e alguém que reconheça nossas angústias, defeitos e esteja disposto a ficar do nosso lado.
 
Chega uma hora que tudo que a gente quer é viver o imediato.  
 
Tenho pressa em viver! 
 

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