Cefas Carvalho

28/10/2020 09h00
 
Reprodução de entrevista com Júnior Dalberto realizada em julho
 
Em julho deste ano, em pleno confinamento, entrevistei, de maneira on line, para o Portal Potiguar Notícias, o amigo Júnior Dalberto. O assunto era justamente como produzir arte  em meio ao Covid-19 e o isolamento. Jamais poderia imaginar que seria a última entrevista que faria com ele. Reproduzo aqui em homenagem ao amigo. Que os inéditos que ele cita no texto sejam publicados.
 
 
O artista potiguar durante o confinamento: Júnior Dalberto
07/07/2020
 
Por: CEFAS CARVALHO
 
Escritor, poeta, dramaturgo e encenador, Júnior Dalberto é um dos mais inquietos e prolíficos artistas potiguares na atualidade. Tem diversos livros publicados e escreveu e dirigiu peças premiadas como "Borderline". Para saber como alguém deste perfil está lidando com o confinamento, a reportagem do PN o entrevistou sobre arte em dias de pandemia. Confira:
 
 
Você está conseguindo produzir literatura ou planejar teatro durante este período de isolamento?
 
Estou escrevendo bastante, tenho um romance pronto para pós quarentena, um infantil na fase de ilustração, um texto pronto exclusivo para Célia Bombom com o título “A Cor da Pele” que iremos ensaiar assim que seja possível, onde resgato a história de três grandes mulheres negras que coincidentemente existe apenas uma fotografia como registro, Tereza de Benguela, Escrava Anastácia e Dandara (Esposa de Zumbi de Palmares) e a semelhança dessas vidas com a história da Marielle Franco, e, terminando o nono conto para um livro de contos para 2021 e por ai vai, nessa quarentena, em relação a produzir o básico para futuras obras, estou bem ocupado.
 
Na sua opinião, as pessoas estão consumindo mais literatura e arte em geral no confinamento? 
 
Sim, tenho sido procurado por pessoas para adquirir meus livros e meu editor Cleudivan Jânio da CJA falou que tem saído bastante Ebook do Pipa Voada sobre Brancas Dunas pelo amazon.com, além de ter aumentado a procura de livros físicos de autores potiguares à editora.
 
Como será a produção cultural, em especial o teatro, pós-pandemia?
 
Rapaz eu acho que só vai normalizar se rolar a vacina, essas tentativas via mídia digital talvez funcione para monólogos, mas em teatros com salas fechadas, sem ar condicionado, com plateias reduzidas além do desconforto não vai pagar os custos de uma mínima produção.
 
Qual a sua visão sobre os artistas potiguares neste período de isolamento?
 
Está bem difícil para sobreviver, tenho visto as Lives, participo, apoio, mas não creio que isso seja o suficiente, acho que as políticas sociais em relação aos artistas são tímidas, torço para que “esses dias terríveis” passem logo e tudo volte ao normal.
 

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