Andrea Nogueira

21/11/2020 00h09
 
Carreira ou Família?
 
 
Entramos numa nova era, onde pessoas não precisam escolher entre carreira e família. Isso graças ao ingresso da mulher no mercado de trabalho que, com toda a sua desenvoltura, embala sua vida sob a melodia da conhecida “tríplice jornada”.
 
A mulher sempre trabalhou, claro. Mas as mulheres de classe média, que tem a real atenção da mídia, da sociedade geral e da classe política, destacaram-se como trabalhadoras a partir da revolução industrial. Desde então, olhares atentos recaíram sobre elas, especialmente considerando que tal mão de obra persistia sem desprender-se dos afazeres domésticos - algo inimaginável para a classe masculina, especialmente naquela época.
 
Num único dia, com apenas 24 horas, é intrigante observar o que muitas mulheres conseguem fazer. A mulher é capaz de ter um trabalho remunerado fora da sua casa e ainda realizar todos os afazeres domésticos e cuidados com os filhos. Muitas, além disso, também realizam trabalhos sociais (voluntários) e ainda sobra tempo para os cuidados pessoais e de relacionamento. No que pese já ter tanto para fazer num único dia, pasmem, elas ainda separam um tempo para dormir. Definitivamente, e sem qualquer apologia à supervalorização feminina, o aproveitamento das vinte e quatro horas por uma mulher é inacreditável em muitas circunstâncias.
 
De fato, uma característica predominante no universo laboral feminino, seja qual for a sua classe social ou econômica é o aproveitamento das horas diárias com relação aos homens que, por ventura, realizam a mesma atividade profissional.
 
A mulher teve que lutar muito por espaços no mercado de trabalho, pois era comum acreditar que suas habilidades se limitavam ao lar. Afinal, durante séculos havia uma predeterminação dos papeis de homem e de mulher, e ninguém imaginava que fosse possível trabalhar e cuidar da cria ao mesmo tempo. Mas as mulheres chegaram ao mercado de trabalho e revolucionaram todos os conceitos sobre papeis fundamentais no lar.  Hodiernamente, imbuída em muitas conquistas, a sociedade já experimenta o sabor de permitir às mulheres os espaços laborais que elas decidirem desafiar.
 
A capacidade multifuncional tão famosa trouxe para o mundo do trabalho um novo perfil de trabalhador: aquele que não precisa escolher entre a carreira e a família. E a cada ano que passa, as mulheres continuam a afirmar expressa ou tacitamente que a antiga escolha anotada nas agendas das grandes empresas, não faz parte do perfil corporativo, desenvolvido e competitivo do universo feminino.
 
Em tempos de novas possibilidades, de evolução e de afirmação da importância das famílias, a mulher continua a sobressair. Ela segue ensinando que a carreira profissional é imprescindível para o fortalecimento dos laços familiares, especialmente quando a figura do mantenedor e da pessoa responsável pela criação dos filhos se misturam homogeneamente.
 
Graças ao ingresso da mulher no mercado de trabalho, as famílias ganharam um novo sentido. A pessoa trabalhadora e a pessoa que cuida dos filhos e afazeres domésticos misturaram-se numa só. E não bastando toda essa evolução, ainda é possível constatar a qualidade do trabalho desenvolvido a partir de tal combinação.
Novos tempos. Novo mercado de trabalho. Novas famílias. Nova sociedade!
 
Vivemos um aprimoramento social e econômico que brinda a aceitação do feminino. Isso visto que lugar de mulher é onde ela quiser.
 

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