Evandro Borges

25/12/2020 00h09
 
O natal, a crise e a corrente negacionista
 
Hoje é o dia do nascimento de Jesus no calendário cristão, nascido em uma manjedoura aos redores de Belém, como um excluído da sociedade, sem uma estância para dar uma guarida ao casal José e Maria, marca o nascimento da luz, do Deus ser humano na condição de Homem, para transmissão da paz, amor,  fraternidade,  conciliação, as condições do nascimento foram repassadas através de gerações pela representação do presépio é de muita ternura.
 
O natal para os cristãos é renovação, momento de encontro, de reflexão, de se juntar em família, de confraternizar a boa nova do nascimento do menino Jesus, de reiniciar, de encontrar as amorosidades e afinidades, e de muita solidariedade, dividindo a mesa e o pão, de presentear como fizeram os Reis Magos, de alegria, de se entusiasmar e de promover a esperança.
 
O natal é esta busca de encontros e felicidades, mesmo nestes tempos de crise, desta avassaladora pandemia do coronavírus, contagiosa, colocando em dúvidas os avanços científicos da humanidade, de encontrar remédios eficazes, de produzir vacinas, e que vai vitimando de morte uma imensidão de pessoas, no Brasil ultrapassando a casa de cento e oitenta mil pessoas.
 
O coronavírus ataca homens e mulheres, de todas as idades, leva ao óbito, outros que vencem ficam sequelados conforme inúmeros depoimentos, muitos não recuperaram o paladar, outros ficaram com os órgãos considerados vitais danificados, que certamente serão submetidos a longos tratamentos se não tiverem uma vida mais curta ou com deficiências.
 
Um rastro destes tempos difíceis que marcarão a História é a corrente negacionista, que negam o vírus e sua periculosidade ao ser humano, que se coloca contrários aos organismos construídos no decorrer da História, que se colocam contra o isolamento social, ao uso mínimo de uma máscara, que insistem em se aglomerar sem o mínimo de restrição e cuidados.
 
Os negacionistas tem seus líderes sociais e políticos, que tudo inventam e criam, espalham notícias falsas em todos os meios de comunicação, inclusive nas mídias sociais da internet, em geral são contra a ciência e se colocam contra a vacinação em nome da liberdade individual, mesmo afetando o coletivo e o interesse público e promovem a confusão e o desgoverno.
 
Os números dos óbitos são incontestáveis, no Rio Grande do Norte, está chegando à casa de três mil falecimentos, de todas as classes sociais e segmentos, parece que cada um está dando o seu sacrifício de quota, os idosos e aqueles portadores de deficiências crônicas são os mais sacrificados, mas, atingem jovens e adultos com aparentes boas condições físicas.
 
O natal cristão, do nascimento do menino Jesus, diante da crise e da corrente negacionista, por mais paradoxal que pareça, o ato de amor neste momento de retomada da expansão do coronavírus, será o isolamento social, a reunião exclusiva da unidade familiar, sem muitos festejos, mas, de reflexão, um natal muito diferente, que poderá ser centrado na fraternidade e na esperança.
 

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