Evandro Borges

29/01/2021 08h30
 
A política para o preço dos combustíveis
 
O preço do combustível chegou a um patamar proibitivo. Pagar mais de cinco reais por um litro de gasolina atinge a toda coletividade. E não adianta jogar a culpa em um ou em outro. Já não se conta com o serviço público de transporte de massa que atenda verdadeiramente a população com dignidade. O que se tem é muito pontual e não satisfaz a demanda. A escolha pela moto de parcela significativa da população com todos os perigos desta modalidade consiste em uma saída em face das péssimas condições do serviço de transporte. 
 
No processo de industrialização do país a opção pelo transporte automotivo alavancou processos de desenvolvimento, principalmente no eixo sul do país com a indústria automotiva. Depois foi um desmonte das ferrovias, e mesmo com uma costa imensa a mobilidade através do transporte marítimo foi completamente desativada. As privatizações das ferrovias não deram resultados. Serviram inclusive para desmontar ferrovias para vendas de dormentes. 
 
O governo Temer e seguido pelo atual Presidente adotaram a mesma política para os combustíveis, seguindo os ajustes em conformidade com os preços internacionais. Desmonte das Refinarias e compra de combustível já refinado. Atendimento as demandas dos acionistas. Execução plena de exacerbada política econômica neoliberal, mesmo sendo contrária aos interesses da nacionalidade.
 
Ainda no período autoritário da ditadura cívico/militar, vencida pela sociedade brasileira, com a crise do petróleo de 1973, logo se conseguiu dar uma resposta com a criação do “Pro álcool”, tornando o país o mais forte produtor de álcool automotivo. Uma saída que deu certo e hoje a tecnologia avançou e já se produz carros híbridos, tanto a gasolina e álcool.
 
A Petrobras uma empresa nacional, que produz e refina petróleo deve assumir o controle dos preços, mesmo subsidiando ao consumidor. A política extremamente liberal já quebrou a economia várias vezes, sendo a mais conhecida historicamente  o “Crak de 1929”, atingindo a economia mundial, e mostrando a necessidade da regulação do Estado.
A regulação pelo Estado através de seus mecanismos de ordem legal, com a participação efetiva da Petrobras é como de fato vai resolver a problemática dos preços de combustíveis, pois não adianta alguns órgãos de governo fazer umas investidas, aqui e acolá, multar alguns postos, que se vai conseguir baixar os preços dos combustíveis de forma satisfativa, que a população brasileira possa suportar.
 
Na atual conjuntura já basta o arrocho salarial, o desemprego, a vulnerabilidade social, a crise sanitária e econômica que se atravessa, com a perda da capacidade de consumir da população, e a adoção de uma política para os preços de combustíveis completamente contrárias aos interesses nacionais, em nome do neoliberalismo e para prestigiar os acionistas de uma empresa nacional que pode regular preços.
 

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