Renisse Ordine

25/02/2021 00h02
 
A família, a escola e a leitura
 
 
Com a pandemia, muitas famílias vêm enfrentando o difícil desafio de ensinar aos seus filhos, e em grande parte, a ausência de um hábito da leitura é um fator que prejudica ainda mais essa nova interação familiar. 
 
Uma das consequências desse período de pandemia é a concentração total da vida escolar dos filhos em casa sob a responsabilidade dos pais. Com pleno conhecimento de causa, posso dizer que não é fácil e não está sendo fácil. 
 
Está sendo um período o qual identificamos com mais clareza, digamos assim, as dificuldades das crianças em relação à vida escolar e, sobretudo, o quanto a leitura é essencial para que elas possam se desenvolver em todas as áreas: matemática, português, ciências e por aí vai. Em tudo a leitura, e principalmente a interpretação de texto está envolvida. 
Para saber interpretar é necessário muito envolvimento com a leitura. E, como fazer uma criança a gostar de ler?
 
Bom, não pretendo apresentar aqui uma solução mágica, e nem criar um manual de instrução. Pois, não há uma fórmula, cada criança é de um jeito, assim, como a família de cada um. 
 
O único conceito que temos em comum é que a base da vida de uma criança é a sua casa, é a sua família. E é em casa que os filhos aprenderem todos os valores necessários para viver em sociedade. A vida familiar é a primeira e grande influência que os filhos levam para a rua e para a escola. Concluindo, a família é o elo da criança com o mundo.
Já há algum tempo, os alunos vem se mostrando desinteressados pela leitura e a aprendizagem. Pois, o ensino no modelo atual em que se apresenta, não aplica em aulas práticas, todo o aprendizado adquirido em sala de aula, assim como a necessidade de aprender determinada matéria. Como faz falta uma escola em que os pudessem ter aulas práticas e oficinas, como marcenaria, escrita criativa, teatro, dança, música! Se tivéssemos algo assim, seria algo muito libertador e prazeroso, que, certamente, iria estimular esse estudante.
 
Por outro lado, em casa, o estímulo à leitura e o prazer em aprender deve também existir. O fato dos pais serem adeptos a leitura é o mais simples e eficaz método de incentivo para que o seu filho torne-se um leitor. 
 
No entanto, professores e pais são juntamente responsáveis pela introdução da criança e jovens no mundo da literatura. Nunca é tarde para começar, ainda mais se somente com a pandemia os pais possam ter identificado essa necessidade na aprendizagem de seu filho.
 
Outro fator que auxilia bastante é o ato de conversar. Tempos atrás, as pessoas contavam muitos causos, principalmente os avós. Além da enorme disputa entre a tecnologia e a interação social. As crianças estão entregues, com certo exagero, aos celulares e computadores. E esses momentos de interação, contação e até mesmo relatos corriqueiros, estimulam a fantasia e a imaginação. São hábitos naturais que ainda deveriam ser fáceis exercícios em família. . 
 
O parar para ouvir o que o filho tem a contar, as histórias que eles trazem da rua, isso é muito importante. Pois é neste momento em que se criam histórias, com as informações que vão se acumulando no cérebro e acabam por auxiliar a imaginação da criança. 
 
É importante ressaltar que a leitura não pode e não deve ser algo imposto, e ela também deve ser desenvolvida em sala de aula, atendendo os gostos individuais dos estudantes. 
 
Contudo, essa nova realidade e perspectiva da vida escolar da criança, seja uma ótima oportunidade da família se redescobrir como leitor, encontrando o seu tipo de leitura favorita e entregarem-se juntos a esse mundo viciante, que auxiliará e muito em todas as áreas da vida. O que virá a contribuir futuramente, quando os alunos retornarem às salas de aula, levando novas experiências a outros colegas e estimulando uma interação mais positiva entre a família e a escola com o mundo da leitura e criatividade. 
 

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