Daniel Costa

11/03/2021 00h07
 
OS IDOS DE MARÇO E O ASSASSINATO DE JÚLIO CÉSAR
 
 
Os romanos tinham um modo próprio de marcar a divisão dos dias dos meses. Eram divididos em 3 datas: as calendas, as nonas e os idos. Estes últimos indicavam a metade dos meses. Os de março caíam no dia 15. Nesses idos do ano de 44 antes de Cristo, há exatamente 2065 anos, Roma foi sacudida por uma tragédia inigualável: o assassinato de Caio Júlio César, que se achava a fundar o Império Romano, substituindo definitivamente o modelo republicano, já alquebrado desde o período de Caio Mário, seu tio afim. Assim tem reconhecido a história.
 
Recebeu 23 golpes de adaga, pouco tempo após entrar no edifício do Senado, desferidos por senadores, alguns dos quais haviam sido por ele perdoados após vencer a guerra civil. A tragédia de que foi vítima fora precedida de vários anúncios, alguns vindos por sonhos, por exemplo, dele próprio e de Calpúrnia, sua esposa, que na noite anterior,
dormindo, assistira à encenação do lamentável fato. Poucos dias antes, fora advertido por um dos membros do Colégio dos Áugures, de nome Spurinna Vistritius, para ter cuidado especial com os idos de março. No dia 15, quando se deslocava para o Senado, vendo-o pela rua, César brincou: “E então, os idos chegaram e não aconteceu nada de mau comigo”. Ao que o sacerdote teria retrucado: “Os idos chegaram, mas ainda não se foram”. Meia hora depois disso, o assassinato se consumava.
 
Considero Júlio César, como é conhecido, a maior personalidade de toda a história da humanidade. Seu nome se tornou sinônimo da palavra rei. Primeiro em Roma, depois, em outros países, como Kaiser, na Germânia; e Czar, na Rússia. Algumas de suas frases, ainda hoje, são lembradas em discursos e citadas em escritos científicos.
 
Como a que pronunciou quando, disfarçado, num navio, atravessando o Adriático, viu a tripulação e os soldados apavorados, diante de tempestade inesperada: “Tenham calma, César está a bordo”. Foi o suficiente para deixar todos tranquilos e, após muito trabalho, a viagem chegar a bom termo.
 
Ou outra não menos famosa, quando justificou seu repúdio a Pompeia, sua segunda esposa, acusada, sem provas, de haver permitido o ingresso de Públio Clódio Pulcro em sua casa, disfarçado de mulher, na festa da Boa Deusa, só para as mulheres: “A mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta”.
 
“Vim, vi e venci”, para anunciar a vitória sobre o reino do Ponto.
 
“A sorte está lançada”, ao atravessar o riacho do Rubicão, vindo das vitórias da guerra das Gálias e entrando na Gália Cisalpina, território romano, para iniciar a guerra civil, vencendo-a com a derrota de Pompeu, o Grande, na batalha de Farsália. Pompeu, até então o maior general romano, era ex-genro de César.
 
“Até tu Brutus, meu filho?”, dita quando, já sem forças, recebera a cutilada de Marco Júnio Bruto, aquele a quem tanto protegera, filho de Servília, sua amante tão querida.
 
Homem de muitas mulheres, sendo a mais famosa, sua amante Cleópatra, a quem garantiu o reino do Egito e com quem teve um filho, Cesarion, assassinado a mando de Augusto.
 
Foi o maior homem do mundo!
 

*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).