Emanuela Sousa
21/03/2021 00h50
"Nós não somos tão diferente da Carla Diaz quanto pensamos"
Como já venho dizendo em colunas anteriores, tenho acompanhado desde o início, o BBB. Alguns participantes vinham me causando emoções tensas e gerando incômodo, e uma boa parte do público também compartilhou o mesmo.
Mas já faz algum tempo que algo não tem me feito bem neste reality... Estava procurando juntar as palavras certas para trazer aqui o comportamento de Carla Diaz, em relação ao seu então parceiro, o Crossfiteiro Arthur.
Além de não terem química, um casal pra lá de sem sal, já faz um tempo que vemos Carla, uma atriz jovem, bonita e independente andando pelos corredores da casa se queixando de Arthur, como se quisesse alguma explicação do comportamento frio e repentino com a mesma.
Por diversas vezes, assim como vocês eu disse: "Ela não precisa disso", "Que papelão, que vergonha".
Uma chuva de críticas tem caído sobre essa moça nas últimas semanas, mas já lhe agilizo que não irá adiantar apontar o dedo e julga-la por muito tempo... Um dia, pelo menos uma vez na vida, já fomos como a Carla. Assim como ela, milhares de mulheres - inclusive mulheres héteros e padrões, já se sujeitaram a terem este mesmo tipo de postura.
Já nos diminuímos para tentar caber em um relacionamento, já estivemos cegas de tão apaixonadas por quem nos ofereceu migalhas e já promovemos declarações de amor a quem não nos amou com veemência.
A cena em que Carla se ajoelha diante do Arthur, quando viralizada na Internet de forma negativa, me rendeu uma série de gatilhos. Fez-me lembrar que já fui como ela, quando corria atrás, até certa forma insistente, parecendo chata e inconveniente sem receber nada em troca, o pouco que recebia me parecia o suficiente. Falando em linguagem metafórica, também estive de joelhos para pessoas que não me mereciam, já aceitei pouco para não ficar sem nada. Mas só consegui abrir os olhos para a realidade tempos depois.
Esta cena que causa revolta, "envergonha" o empoderamento da mulher, muitas vezes é só o reflexo do que fazemos em off nos nossos relacionamentos e talvez nem percebemos. É fácil apontar o dedo, fácil estar pronta para atacar com críticas, mas difícil quando estamos vivenciando isso na pele, e queremos sair disso mas não achamos a porta de saída.
Este caminho que Carla Diaz e muitas mulheres percorrem, ninguém pode correr por elas, mas é importante o auxílio e o uso da empatia para que atravessem da forma menos dolorosa possível.
*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).