Cefas Carvalho

05/05/2021 00h04
 
 
O Brasil é uma coleção diária de más notícias
 
 
O Brasil 2021, em maio a uma pandemia e com um genocida sociopata na presidência, tornou-se uma montanha russa de emoções, uma sucessão de notícias, fatos tristes, que caem sobre todos nós, população em geral e em cronistas, como uma tempestade que não dá trégua.
 
Como colunista deste espaço às quartas-feiras, eu me preparava para escrever sobre a instalação e funcionamento da CPI da Covid, importante para os destinos do país.
 
Contudo, fui surpreendido com a chacina que um jovem realizou em uma escola de Saudades, cidade do interior de Santa Catarina, matando duas professoras e três crianças. Pensei em falar sobre bullyng, cultura de agressividade.
 
Mas, já à noite, também fui surpreendido pela notícia da morte do ator e humorista Paulo Gustavo, que infectado pelo coronavírus, lutava pela vida há quase um mês, mas, hoje, não resistiu. Deixa marido, dois filhos e milhões de fãs de seu talento e carisma.
 
Na verdade, o Brasil há quase um ano vem sendo um apanhado de más notícias, uma atrás da outra, a escolher qual merece mais atenção ou empatia. Qual delas nos afeta mais.
 
Sei que a pandemia vem vitimando o mundo inteiro e que nos demais países as pessoas também morrem. Mas, o Brasil vem exagerando nos quesitos morte, violência e notícias ruins. Seja por termos eleito um projeto fascista de Governo, seja porque aflorou em boa parte dos brasileiros um desejo de agressividade e morte.
 
Tanto que mesmo antes da morte de Paulo Gustavo, ele já era alvo de comentários preconceituosos e agressivos nos portais de notícias e nas redes sociais. Que continuarão, mesmo agora apoós sua partida. Muitos dos "cidadãos de bem" celebram ciom sadismo a morte.
 
De qualquer maneira fecho a coluna com tristeza e consciência de que no país é cada vez mais difícil se deter sobre apenas um assunto. Os dias vêm coalhados deles, de vários tons e intensidades.
 
Que possamos prantear nossos mortos e cuidar dos que estão à nossa volta. Que a Justiça seja feita para quem sabotou a Saúde Pública e trabalhou a favor de um vírus que vem matando quase 4 mil brasileiros e brasileiras por dia.
 
Que continuemos vivendo dia a dia. Com esperança, que a última que morre. Em um país que cada vez mais tenta nos tirá-la. 
 

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