Evandro Borges

14/05/2021 00h01
 
O sistema d’água é uma conquista e precisam ser divididas responsabilidades
 
A manutenção e expansão do serviço de abastecimento d’água brasileiro é uma conquista da sociedade, servindo as sedes municipais e a milhares de comunidades rurais com água de boa qualidade, com potabilidade e a preços acessíveis diante de todas as gritantes diferenças sociais e de regionalidades, fato importante para o combate à crise sanitária do covid – 19.
 
No Rio Grande do Norte o sistema capitaneado pela CAERN atende Natal, e a esmagadora maioria dos Municípios, com bons mananciais d’água, com água tratada e de qualidade. Em muitas localidades da zona rural em conjunto com as Municipalidades e com programas especiais, principalmente para o semiárido recebem água para o consumo humano. A expansão foi garantida pelas adutoras construídas por vários governos, mas não se pode deixar de reconhecer o mérito do Governo Garibaldi Filho.
 
Outros Municípios do Estado, principalmente na Região Metropolitana de Natal estão localizados administrativamente as autarquias municipais, denominadas de Serviços Autônomos de Águas e Esgotos – SAAEs que detém a exclusividade dos sistemas de abastecimento d’água, podendo ser ressaltados: Ceará Mirim, São Gonçalo do Amarante, Extremoz, como também, Rio do Fogo, Touros, Santa Cruz e Alexandria.
 
No caso de Ceará Mirim um Município com aproximadamente oitenta mil habitantes, o SAAE está fazendo um esforço hercúleo para manter o sistema funcionando durante todo o dia na área urbana, com a principal fonte na Lagoa de Extremoz, mantendo o sistema de bombas, trocando os canos de amianto superados e condenados pelos de pvc, além da expansão para as comunidades rurais com significativa densidade populacional.
 
A crise sanitária da pandemia do coronavírus elevou os preços de todos os insumos deste segmento em virtude da evidencia da importância da água, desde hidrômetros, canos, juntas, bombas para os poços de captação de água, ferramentas, além dos constantes aumentos de energia elétrica, de combustíveis que não param de crescer, de aluguel de máquinas pesadas, e tantos outros itens elevando os custos da operação.
 
O desempenho das equipes de trabalho de abastecimento d’água e tratamento de esgotos tem funcionado em um ritmo alucinante de muito desprendimento, de jornadas árduas, em face da essencialidade, mantendo o compromisso ético da atividade profissional, fazendo sol ou chuva, e se expondo em demasia ao contágio do coronavírus, sem ainda figurarem no grupo prioritário de vacinação que seria da maior justiça. 
 
Ainda por sua vez as tarifas do serviço de abastecimento d’água, que são preços públicos continuam congeladas para todos os segmentos sociais e proibidos os cortes para as famílias em vulnerabilidades sociais, atendendo uma demanda, principalmente no Nordeste, em virtude da metade das famílias se manterem com até meio salário mínimo por mes, mesmo assim recebendo água para as necessidades humanas e para fazer frente aos desafios da pandemia.
 
Água é um bem finitivo, não pode haver desperdícios e nem mesmo consumo excessivo, pois assim quem não percebe que o sistema é coletivo e do supremo interesse público está prejudicando a todos, devendo ser usado como consumidor e cidadão com muita austeridade e saber poupar para não poder faltar para nenhuma família, conseguindo beneficiar a todos dentro do parâmetro da universalidade.
 
A CAERN e as autarquias municipais se mantem das tarifas que são pagas e as inadimplências sem justificativas plausíveis prejudicam a manutenção do sistema e falta com a solidariedade humana para com todos aqueles, mesmo pagando tarifas sociais com muito esforço, estão contribuindo para a manutenção e assegurando a expansão do abastecimento d’água.
 
A responsabilidade por um dos itens do saneamento que é o abastecimento d’água adequado ao consumo humano é da responsabilidade de todos os entes federados, da sociedade e da cidadania, pois a água é um bem essencial à vida, com direitos e obrigações para todos. Ao cidadão cabe dentro da civilidade de forma solidária, poupar e não se exceder com um bem finitivo como é água.
 

 


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