Liliana Borges

22/05/2021 00h54
DOMINGO NO PARQUE, Fundação Calouste Gulbenkian…
 
Domingo de primavera com céu azul, nosso astro rei iluminando e colorindo o dia tive o prazer de conhecer o parque da Fundação Calouste Gulbenkian e depois assistir um concerto no seu auditório, pois fui presenteada pela passagem de meu aniversário com o bilhete do espetáculo ofertado por uma boa amiga que adquiri nestas terras portuguesas.
 
Na Europa é comumente as famílias, amigos, namorados passarem o dia em seus parques onde se confraternizam, fazem piqueniques, praticam atividades desportivas, entre muitas outras. Imaginem como estava lindo coincidindo com a reabertura do novo normal, onde as pessoas tomavam sol nos gramados, as crianças a brincarem, os apaixonados a namoricar, a vida a fluir…
 
Calouste Sarkis Gulbenkian é descendente de uma ilustre família arménia, nasceu em Istambul em 1869 e faleceu em 1955 em Lisboa que passou a residir na altura da Segunda Guerra Mundial e viveu seus últimos treze anos (1942 a 1955), falecendo aos seus 86 anos no país que o acolheu. Homem de negócios, colecionador de arte e filantropo.
 
Ele foi uma personalidade visionária no seu tempo, articulava e promovia acordos e entendimentos no mundo econômico ligados ao petróleo, o qual dominava vários idiomas, conhecimentos e mais a sua posição aristocrática que facilitavam o livre acesso por diferentes países. Tornou-se conhecido como o Senhor Cinco por Cento, pois era sua participação societária em diversas companhias petrolíferas.
 
Sua grande paixão era a arte e, assim, tornou-se um dos maiores colecionadores do mundo, porém deixou em testamento a criação de uma fundação que é portadora de seu nome que declarou herdeira de sua fortuna, não esquecendo de beneficiar os membros de sua família. Sua fortuna além da magnífica coleção de obras de arte também incluía sua participação e interesses nos negócios do petróleo.
 
O primeiro presidente da fundação foi José de Azeredo Perdigão que redigiu seus estatutos, como também, teve a habilidade de reunir em Lisboa as obras de arte de sua coleção que estavam espalhadas pelo mundo e atualmente estão concentradas no museu na sede da fundação. Esta tem 4 vertentes como objetivos estatutários: a Educação, a Arte, a Ciência e a Beneficência.
 
A Fundação está situada no centro de Lisboa, próxima a Praça da Espanha, no interior de deslumbrantes jardins com uma área de 7,5 hectares. Ela é composta por várias edificações, como os edifícios da sede, o museu, o centro de arte moderna, e ainda, abrange um auditório, quatro anfiteatros, zona de congressos, duas galerias de exposições temporárias, uma biblioteca, livrarias, cafeterias, além de espaços ao ar livre para merendas nos seus jardins.
 
Na última terça-feira, 18 de maio, foi o Dia Internacional do Museu, então aproveitei a data para conhecer o espaço e participar do evento promovido sobre a “História da Exposição de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian”, porém perdi com poucas pessoas a minha frente em decorrência da redução do número de assentos disponíveis de acordo com as regras estabelecidas para o combate da pandemia. 
 
O Museu tem um acervo de cerca seis mil peças por cinco mil anos de história, todas pertenciam a Calouste Gulbenkian que é considerada uma das mais importantes coleções privadas da arte internacional. Ele era amante da arte, na entrada da edificação está descrita uma mensagem de sua autoria: “…Posso dizer sem receio de exagero que as considero como “filhas” e que o seu bem estar é uma das preocupações que me dominam. Representam cinquenta ou setenta anos da minha vida…”
 
Quanto ao Concerto que apreciei no Domingo no Grande Auditório no Edifício Sede, “Ciclo Grandes Intérpretes” com a apresentação do duo Yuja Wang, pianista chinesa, e Andreas Ottensamer, austríaco solista e clarinetista principal da Orquestra Filarmónica de Berlim, o espetáculo foi inebriante, deslumbrante… 
 
Ademais do belíssimo empenho dos renomados músicos reconhecidos internacionalmente, simplesmente, no decorrer da apresentação abriu a cortina no fundo do palco para uma grande vidraça que daí vislumbrávamos os magníficos jardins da fundação, os pássaros naturalmente a voar e ao som no interior do recinto dos instrumentos harmonicamente misturados com a paisagem do exterior…
 
INDESCRITÍVEL…
Cantos e Recantos das Belas Terras Lusitanas….
 

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