Cefas Carvalho

27/05/2021 09h53
 
Uma distopia chamada Natal
 
 
É certo que o Mundo não vem se tornando um lugar dos mais fáceis para se viver, e que o Brasil  - país sem salvação onde nos dedicamos mais à cachaça que à oração, segundo o bem humorado papa Francisco - ainda é mais complicado e estranho. Mas, Natal, a bela e complexa capital potiguar, está uns degraus acima quanto a aspectos problemáticos e distópicos.
 
Natal e seus estranhos habitantes mantém com alta taxa de aprovação um prefeito que é médico e desde o início da pandemia se dedica a receitar remédio de verme e piolho sem qualquer eficácia comprovada. A cidade tem maior média de óbitos por habitantes que o restante dos municípios do Estado e que outras capitais, mas ainda assim o prefeito é tido como referência no combate a Covid. Vá entender.
 
O mesmo natalense aprova que o prefeito flexibilize medidas de restrição, sempre batendo de frente com os decretos do Governo do estado e os especialistas, mesmo com os leitos de UTIs Covid lotados e filas de espera cada vez maiores.
 
E o que dizer dos vereadores de Natal que aprovaram em plenário que bares e restaurantes são serviços essenciais? Pois é, em Natal comer um camarão internacional ou beber uma cerveja estupidamente gelada com os amigos são coisas essenciais durante uma pandemia que já matou quase meio milhão de brasileiros e brasileiras.
 
Poderíamos neste espaço escrever por longas linhas sobre o comportamento do natalense médio, aquele que considera não ter um carro quase um crime de lesa-pátria e que considera socialmente aceitável parar um veículo diante de um bar ou restaurante e ligar o som do carro no volume máximo.
 
Há muito Natal, a fazenda iluminada de Cascudo é uma distopia, mas os tempos de pandemia vem mostrando o quanto. Nos resta as belezas naturais, o sol e nos entupirmos de Ivermectina sob as bençãos da Prefeitura que a distribui como jujuba. Sigamos.

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