Emanuela Sousa

15/08/2021 16h06
 
A fragilidade que fala
 
 
E lá está ela. Diante de nossos olhos, vindo à tona. Nossas fragilidades, que gritam, expõem-se sozinhas, sem avisar. 
 
O que fazer diante dessa situação?  Chorar, lamentar? Pegar os curativos, mostrar que está tudo bem diante de tal situação constrangedora? Eu vou me aceitar. 
 
Reconhecer que por trás dessa figura forte, robusta, viril existe um ser humano como você. Um ser frágil, dramático que tem dores e traumas, e qual o problema disso? 
 
Assisti a uma cena parecida  recentemente. Na mesa de um café, acompanhada de um amigo de longas datas, do qual já nos abrimos um para o outro, dores, traumas e fragilidades, o assisti se encolher para dentro de si quando sinalizei, com sutileza, que iria abrir uma conversa que envolvia uma fragilidade dele. De repente o vi subir muros, se portar como autosuficiente, já que é bem mais confortável. Eu poderia citar aqui que isso também envolve um problema da masculinidade tóxica, mas isso ficará para as próximas colunas. 
 
O que de fato aconteceu é que foi uma cena típica de como defendemos com unhas e dentes nossas fraquezas, e temos medo de coloca-las à exposição, afastando qualquer tipo de intimidade. 
 
Quantas pessoas conhecem suas reais vulnerabilidades? Imagino que você pode contar nos dedos. O resto são pessoas com quem você tem um contato ou vínculos mais superficiais. 
 
Se despir e ficar nu diante de alguém é difícil, temos medo do abandono, da rejeição... Somos vítima de muitas idas sem volta, por isso montamos toda essa postura autosuficiente, criando um abismo distante entre relações íntimas e duradouras. Pense bem nisso.
 
Intimidade é para os fortes.

*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).