Wellington Duarte

04/09/2021 07h22
 
O 7 de Setembro e o Rufar dos Tambores das Hordas Bolosnaristas
 
 
Aproxima-se o dia da nossa independência de Portugal, data que muitos adoram para terem um tempinho para se dedicarem a tarefas mundanas, mas que provavelmente milhares de braZileiros tratarão o dia como o “dia da redenção”, como está sendo espalhado pelos milhares de robôs nas redes sociais, e essa “redenção” é pura e simplesmente esse “exército de energúmenos” invadirem “pacificamente” o Supremo Tribunal Federal (STF), para “salvar o país do comunismo”. 
 
O país, a caminho dos 600 mil mortos em virtude da sabotagem no combate a pandemia, feita pelo presidente e sua trupe sombria, está virtualmente paralisado porque o Mandrião, cuja tarefa principal é a de acanalhar o cargo de presidente da república e passear país afora nas suas visitas bizarras, estilo Odorico Paraguaçu, e uma pequena, mas barulhenta caterva ignorante e reacionária, deverá assustar a já debilitada democracia.
 
Somos um país que, em alguns momentos, expomos nossa bizarrice, afinal de contas tivemos uma candidato a prefeito de São Paulo, em 1958, a rinoceronte Cacareco, que teve nada menos que 100 mil votos, uma estrepitosa votação para a época; o Macaco Tião, candidato a prefeito do Rio de Janeiro, em 1988, e, conforme a revista Casseta Popular, teria tido 400 mil votos; e um candidato a prefeito de Natal, Miguel Mossoró, que defendeu a construção de uma ponte de Natal a Fernando de Noronha, em 2004, teve quase 70 mil votos. 
 
Isso entre outras centenas de candidaturas ao Executivo que se apresentaram e ainda se apresentam, e alguns deles conseguem seus “quinze minutos de fama”. No caso do Mandrião, um ser patético e conhecido por suas posturas desrespeitosas, que conseguiu, não por sua competência, mas por um conjunto de fatores, chegar à chefia de Estado, possibilitou que o país mergulhasse no pântano da ignorância obtusa e das “paranoias coletivas”, produzidas por sua gangue midiática e pelos vendilhões do Templo.
 
Bolsonaro desde que assumiu a presidência está em colisão permanente com a democracia. Ele, como indivíduo, é um caso exemplo de como a ignorância e o ódio podem caminhar juntas; como liderança política é uma pessoa que, por ter as “costas largas” nas redes sociais, conseguiu ser a representação mais patética do “braZileiro médio”, termo utilizado para identificar a multidão de desinformados e facilmente manipulados que vagueiam pelo país e pelas redes.
 
A sua batalha para criar um “regime forte” se expressa na sua aliança corrupta com setores militares e estes, agarrados como carrapatos que sugam os recursos públicos, aceitaram ser subordinados a uma pessoa que sequer é patriota, pois vive puxando o saco, na expressão mais literal possível, dos EUA. 
 
Bolsonaro é um rebotalho da guerra fria e sua raiva é exatamente por ter, na sua mente perturbada, a certeza de que o Exército Vermelho da finada URSS, os árabes, os LBTQI+, índios, pobres, professores universitários, negros, “mulheres feministas” (que são diferentes das mulheres) estão prontos para “tomar o poder” e ele seria o contraponto “libertário”, ou seja, temos uma pessoa delirante na presidência que conseguiu arregimentar milhões à sua causa e o BraZil virou esse furdunço generalizado.
 
A torcida dos que querem que esse país retorne à mínima normalidade democrática, é que depois do provável fuzuê que as hordas da ignorância vão produzir, o dia seguinte não trará uma ditadura e sim a continuidade da luta contra esse elemento. Mas há os que querem o caos, torcem para que haja confrontos e tem a pretensão de impor, na marra, sua visão distorcida de país.
 
Que BraZil teremos depois do dia 7 de setembro? Infelizmente com o Mandrião na presidência, que continuará a ter uma agenda belicosa, violenta e, até certo ponto,
ensandecida, completamente distante dos problemas gravíssimos que estamos enfrentando, em várias frentes. Somos um país sem governo central e caminhando à deriva, sem eira nem beira, e a consequência disso está sendo a maior tragédia social já vista nesse país, que terá profundas sequelas para o futuro.
 
Seremos, a curto prazo, um país pobre, atrasado e dominado pelo espírito da ignorância.
 

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