Emanuela Sousa

03/10/2021 10h18
 
 
"Tenho algumas coisas para dizer..." 
 
 
 
E entre elas, é sobre o feminismo. 
 
Esses tempos ouvi um comentário pra lá de antiquado: "está na hora de você casar", se referindo ao fato de eu estar chegando aos trinta anos. 
 
O que eu respondi? Com um ar de deboche, sorri e apenas disse: "Não está não! Está na hora é de eu terminar a faculdade!" E dei-lhe as costas. 
 
É desconfortável e ao mesmo tempo chocante saber como ainda comentários tão banais e antiquados como esses, perseguem nós, mulheres. (Acredite, ainda existem pessoas que pessoas que pensam e nos contaminam com esse pensamento.) Que para uma mulher ser mulher "de verdade", na visão da sociedade, você precisa estar casada e, de preferência, ter filhos. 
 
Há muitos anos, a visão de muitos filósofos era que a mulher é um "ser incompleto", indeterminado, um fruto "secundário"  que veio da costela de Adão.  
Ainda hoje, esses pensamentos continuam latentes em nossa sociedade, e precisamos mais do que nunca combate-los. O feminismo está aí para nos salvar. 
 
Quando Simone de Beauvoir, uma grande pensadora e filósofa diz "não nasce mulher, torna-se mulher".  Ela está coberta de razão. Para torna-se mulher é preciso se despir dos milhares adjetivos que a sociedade (machista e misógina) lhe impõe.  
Navegar neste rio de descobertas que não precisamos casar (a) para sermos aceitas, e que não temos obrigação com a maternidade, é sem dúvidas,  um processo demorado, que exige ser trabalhado em camadas. Quando chegado ao fim desta descobertas... Torna-se mulher. 
 
O feminismo te ensina, desde sempre, que você é completa desde o dia do teu nascimento. O matrimônio e a maternidade são apenas complementos que você pode escolher  tê-los ao longo da vida ou não, caso opte por não tê-los continuará sendo completa, tendo seu trabalho, estudo e lazer, e com certeza, uma mulher realizada. 
 
É para isso que o feminismo existe. Ele te dá o direito de ser o que quiser. 
Somos competentes, completas e independentes o suficiente para tornar o que bem queremos.
 
Não se esqueça disso.

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