Evandro Borges

17/12/2021 09h30

 

A efervescência da agricultura familiar

            A agricultura familiar é o grande bastião da alimentação e nutrição da família brasileira. Responsável por mais de 70% (setenta por cento) da alimentação na mesa da população brasileira, demonstrando uma capacidade produtiva do segmento que garante a nutrição, em que pese todos os percalços e condicionantes sociais, que muitas vezes não contribuem para facilitar a comercialização e chegar ao consumidor final uma alimentação de qualidade e com preços justos.

            No Rio Grande do Norte por todos os lados há celeiros de produção. Em Punaú no Município de Rio do Fogo é jerimum, bananas, frutas frescas e hortaliças. Em Ceará Mirim durante o ano inteiro, feijão verde e macaxeira. No Seridó se destaca a produção do leite, queijos tradicionais de qualidade e manteiga da terra. No Oeste vem o arroz vermelho, castanhas, e mel de abelha. No Mato Grande o mel. No agreste a farinha e a goma. Por toda parte as criações, galinha caipira, ovos, fava, milho, frutas como melão, melancia, caju, acerola, umbu, goiaba, graviola e outras, uma verdadeira fartura. 

            A gastronomia e a culinária transforma toda a produção em pratos deliciosos, verdadeiros manjares, tais como: baião de dois, carne de sol na nata, ou carne do sol com macaxeira, picados e buchadas, carne de bode e carneiro, pratos com galinha cabidela, cuscuz e derivados de milho tais como: canjicas, pamonhas, bolos de milho e bolo pé-de-moleque e uma enormidade de doces, iguarias incontestáveis.

            Nos sindicatos, associações e cooperativas a discussão sobre produção, comercialização para programas públicos e para rede privada, produtos orgânicos entram na ordem do dia, agregação de valor, redes de vendas, beneficiamentos de polpas de frutas, casas de farinhas, rastreabilidade, queijeiras, marcos legais para a produção, mercados institucionais, créditos e o PRONAF, garantia safra, que quase o Governo do Estado prática um deslize.

            As condições dos solos, os venenos, adubos, meio ambiente equilibrado, barragens submersas, cisternas, açudes, perenização de rios, limpezas das calhas dos rios, licenciamentos, selos de qualidade, água para os animais, forragens, silagens, cadeias produtivas, sanidade dos produtos animais, consórcios, vida comunitária profissionalizações e capacitação das atividades profissionais é uma verdadeira babel e ao mesmo tempo, vivências e expertises.

            O acesso à agua, a regularidade de chuvas, os invernos, o semiárido agora discutido como convivência, com políticas focadas para a agricultura familiar, os avanços tecnológicos que podem minorar a problemática, as universidades, os cursos como agronomia, de profissões técnicas médias, cursos livres, são temários postos no dia a dia da agricultura familiar.

            Um assunto ainda vivo corresponde a previdência social, com a vitória obtida pelos segurados especiais, mantida a idade para as aposentadorias, para homens e mulheres, o pagamento integral do salário mínimo, resistiu a reforma da previdência. A reforma trabalhista, com a diminuição de direitos e que alguns segmentos da elite patronal até gostariam de acabar com a Justiça do Trabalho.

            As ações de reforma agrária e as aquisições de terras, praticamente paralisadas no atual governo, mas consiste em uma necessidade para garantir terras para o aumento da produção, assegurando mais trabalho e oportunidades, fixação das famílias do campo, dignidade, inserção social, cidadania e preços mais justos praticados para a população demonstram uma efervescência da agricultura familiar brasileira.


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