Cefas Carvalho

23/12/2021 11h02
 
Vacinas para crianças, sim!
 
Acompanhamos com estupefação e horror (mas não com surpresa) a reação do despresidente Bolsonaro quanto à posição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de divulgar documentos sobre a aprovação da vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos contra Covid-19 e recomendação da vacinação imediata.
 
O ´mito` não apenas criticou a decisão da Anvisa como afirmou que que a decisão de vacinar crianças de 5 a 11 anos cabe aos pais e ainda admitiu que pediu o nome dos integrantes da agência reguladora que aprovaram essa autorização, para que sejam divulgados, em visível tentativa de intimidação.
 
Para piorar, o ministro contra a Saúde, Marcelo Queiroga disse que precisa de “toda análise”. “Não é um comunicado público que vai fazer o Ministério da Saúde se posicionar de uma maneira ou de outra.  Temos que verificar tudo”, afirmou, deixando claro que ficará do lado do despresidente.
 
Não é de hoje que Bolsonaro trabalha contra a ciência e a saúde pública. Negacionista de ocasião, viu no movimento anti-vacina uma forma de manter sua base radical unida e com ele. O problema é que as posições do Jair matam pessoas. Como outras atitudes negacionistas como não usar a máscara, não aceitar restrições, lockdown etc.
 
Em relação às vacinas, o caso é muito mais grave. O Brasil é um dos países do Mundo com maior sistema de vacinação em massa. Mesmo durante a Ditadura Militar incensada por Bolsonaro, a vacinação era eficiente. Vacinar crianças é uma tradição brasileira, meus pais me vacinaram, eu vacinei meus filhos, você que está me lendo foi vacinado e vacinou os seus. Por que agora seria diferente?
 
Bolsonaro usa a não-vacinação como (mais um) cálculo político. Dissemina o medo de fake news para angariar votos e manter a base de apoio. À custa de mortes, mas para ele não faz diferença, ele tem fascínio pela morte, como tantas vezes admitiu.
O fato é que a cultura do brasileiro em se vacinar pode desgastar mais ainda seu pífio governo. A maioria da população aceita e quer vacinas. Sabe que elas são testadas e seguras.
 
Vacina sim, para as crianças. Que a Anvisa não ceda às intimidações do despresidente. Que a população perceba que a maneira de garantir a queda dos casos de infecção e mortes é a vacinação de todos, como um pacto coletivo.
Como sempre foi e como deve continuar.

*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).