Emanuela Sousa

10/01/2022 10h51
 
 
O que vem por aí 
 
Essa foto tirada do pôr do sol em Mongaguá, litoral de são Paulo, eu guardei com tanto carinho que tive a vontade de ter uma cópia  para colocá-la num porta retrato. 
 
Era um final de tarde intenso, dia primeiro de janeiro, ao mesmo tempo suave, caloroso, com algumas pessoas andando para lá ao redor da praia. Pedi licença ao meu grupo de amigos e avisando que iria dar uma volta. 
 
Sozinha, com meus fones de ouvido, eu pensava na maior do tempo em Deus e em você. 
 
Andei por cerca de meia hora, o sol se  encolhia por ali. Decidi parar. Ao tirar os sapatos e entrar na areia, procurei um canto, sentei- me de frente para o mar... Agora calmo e sereno. "O que vem por aí?" Pensei num suspiro. Primeiro de janeiro, um ano novinho em folha. "365 oportunidades" e todo aquele clichê que todo mundo já sabe. 
 
Eu queria respostas concretas, sem muitos clichês. Mas minha mente explodia, com milhares de respostas. Todas soltas, pensamentos aleatórios, penso no meu pai, penso no que será de nós, na viagem, nos amigos, no livro que não terminei... Mas quando penso em futuro, confesso: Eu travo. 
 
Tudo o que tenho é uma oscilação entre esperança e o medo. Andando na corda bamba entre a insegurança e a esperança. É ano de eleição (decisivo para o Brasil) ano de copa (apesar que nem estamos falando disso, mas...) E ainda estamos sob a pressão de uma pandemia...  Agora todos praticamente vacinados. 
 
Voltaremos a ser felizes? É a pergunta que metade da população deve estar se fazendo a essa altura do campeonato. 
 
Não há muito o que se ver no horizonte...  Antes de passar no mergulho do medo, das incertezas e da vontade de mudança. 
 
De repente o sol se escondeu. Precisei voltar. Agradeci ao Universo pelo momento de contemplação, escrevi a inicial do teu nome na areia com um pequeno galho de árvore, respirei fundo, agradeci por estar viva e vivenciando aquele pequeno instante de paz que tanto havia pedido e gritado, Ele, gentilmente me respondeu. 
 
Voltei para casa naquele dia com muitas dúvidas, questionamentos e poucas  respostas, mas certa de que iria viver um dia de cada vez. Não iria ser mais imediatista,  nem sair metendo os pés pelas mãos. Iria viver os dias com mais calma, e distribuir mais afeto aos meus. Ciente também que não ia mais me calar diante das situações que me incomodasse, era a hora da verdade.
Chegando em casa, peguei o telefone, disquei o número desejado de alguém que tinha  uma pendência comigo, algo que já havia me incomodando há um certo tempo...
Com medo de não ser atendida... Eis a prova de que comecei o ano com o pé direito: 
 
Ela me atendeu.

*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).