Cefas Carvalho

20/01/2022 09h18
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Aceita que dói menos​​
 
Leio nos portais ​matéria com a seguinte manchete: "​Banqueiros e empresários desistem da 3ª via e veem Lula mais capaz de ‘consertar estragos’ na economia​". Dias depois percebo reportagem da Folha de S. Paulo com seguinte título:​ "Afastamento de militares de Bolsonaro é sinalização a​ ​Lula​". Em dezembro recordo de pesquisa de intenção de voto com este tom:  43% dos evangélicos avaliam Lula como melhor ​presidente:​ valor representa mais do que o dobro registrado para o presidente Bolsonaro ​que teve 19%.
 
 
O que se percebe é que parte da mídia se não mudou no seu antipetismo e suas linhas editoriais pró-reformas e pró-mercado, ao menos já parece noticiar que setores da sociedade não apenas desistiram de ver Lula como "um perigo" como já parecem ter aceitado que além de liderar as pesquisas e ser favorito, o petista deverá realmente vencer a eleição para presidente.
 
 
Isso é sintomático. Há um ano essa mesma mídia jamais noticiaria que militares e empresários estariam aceitando a vitória de Lula e seu goverbo a partir de janeiro de 2023.
 
 
Isso tem muito a ver com narrativa. Durante anos forjou-se uma falta narrativa que o "PT quebrou o país". Nada mais falso. Apesar dos problemas e cntradições do segundo (e interrompido) Governo Dilma Rousseff, tanto a população como a elite econômica têm ótimas lembranças dos dois governos Lula, na qual havia dinheiro circulando e crescimento de todos os índices sociais e econômicos. Em suma: Com Lula tanto banqueiros como os pobres ganhavam mais e viviam melhor. São dados, não uma mera opinião.
 
 
Daí a aceitação de uma parte considerável de quem criticava Lula até pouco tempo atrás. Que, diferenças ideológicas à parte, Lula pode "consertar" o país já que é consenso que Bolsonaro não pode administrar, não consegue gerir o país. Na verdade Bolsonaro não gosta de trabalhar, como ficou claro. E O Brasil dá trabalho.
 
 
Portanto, neste ano de 2022, não obstante as fakes news que virão do bolsonarismo, a sociedade será norteada pelo conceito do "aceita que dói menos" em relação a Lula. Principalmente, vai doer menos no bolso de todos nós.

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