Evandro Borges

18/03/2022 09h29

 

Os preços proibitivos dos combustíveis

Os preços dos combustíveis atingiram as alturas e no continuar da guerra entre a Rússia e Ucrânia poderá haver uma disparada maior, e no pais com uma política que corresponde aos interesses de investidores, na maior parte de norte-americanos, com verdadeiro desmonte da Petrobras, quando o Brasil é dependente do modal rodoviário para transporte de passageiros e de cargas, constitui uma política que não atende aos interesses nacionais.  

Da descoberta do pré-sal com a constituição do fundo soberano, inclusive com recursos para a educação, mas a queda de Dilma e subida a Presidência de Michael Temer começou todo um processo de desmobilização de Refinarias, compra de derivados de petróleo, privatizações e acompanhamento dos preços internacionais levou a este sufoco ao país, com aumento inflacionário e pressão salarial sobretudo nas camadas médias da população.

A política iniciada por Michael Temer foi dado continuidade pelo atual governo federal, e quando pressionado, sai pela tangente colocando a culpa nos governadores em face dos impostos estaduais ou então no retrovisor da administrações passadas, todavia, em nenhum momento coloca o dedo na questão fundamental, a política para os preços dos combustíveis adotada pela Petrobras, mesmo que seja contrário aos interesses nacionais.

A Petrobras contínua uma das maiores empresas do segmento na esfera internacional, que poderia estar equilibrando a economia brasileira em todos os seus condicionantes, no entanto, não se fala em mudar a política dos preços de combustíveis, como se não houvesse dependência com o transporte rodoviário, como se não estivesse colocando em risco o equilíbrio histórico proporcionado pelo plano real, iniciado no governo Itamar Franco e dado sequência nos demais governos. 

No país o transporte de massa é de uma fragilidade a toda prova, sem os grandes centros contar com um modal ferroviário adequado, que de fato atendesse a demanda, ficando no transporte de ônibus e vans, com frotas envelhecidas e no horários de maior fluxo transportando os cidadãos de maneira superlotada, fora da dignidade humana e agora diante do aumento do diesel pressionando para aumentar as tarifas, que a população assalariada e subempregada não tem condições de pagar.

Está situação não pode perdurar, o Congresso não pode aprovar um projeto de lei para favorecer uma situação, apenas de longo prazo, e sim, mesmo em um período eleitoral, deixando as diferenças de lado e de forma republicana, buscar com a participação do governo uma solução que seja para breve, pois as camadas médias e assalariadas não suportarão aumentos sucessivos de preços, com a possibilidade de estragos na economia de forma irreparável, depois de toda a crise decorrente da pandemia, que diga de passagem, ainda não acabou e contínua vitimando de morte uma multidão de pessoas, conforme os noticiários correntes.

A política de preços dos combustíveis e soluções paliativas, deixando de assumir quem de fato tem responsabilidade para procurar uma saída dentro dos interesses nacionais, que de fato beneficie a população e a economia como um todo, não permitindo a subida dos preços com efeito cascata, parando o giro inflacionado, constitui uma questão de compromisso com os interesses nacionais e de rigorosidade ética, que  o atual momento conjuntural exige.


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