Wellington Duarte

01/04/2022 10h16

 

Os rumos da política potiguar ainda indefinidos

A vergonhosa vinda do Mandrião para as terras de Poti, tratando nosso estado como um Sucupira, expôs a face mais tosca do bolsonarismo potiguar. Fala-se, à língua solta, que muitos dos membros da patética motociata foram devidamente remunerados, o que não surpreenderia ninguém. Boataria a parte, o grito da deputada federal, Carla Dickson, da União Brasil, esposa do cloroquinista negacionista Albert Dickson, com o tradicional “fora petê!”, caracterizaria campanha eleitoral antecipada, mas com esse TSE leniente, que faz vista grossa para todas as irregularidades cometidas pelo presidente, utilizando fartamente os recursos públicos para fazer campanha, é pouco provável que a deputada ou o presidente sejam sancionados.

Neste infame 1° de abril, dia em que ocorreu um GOLPE DE ESTADO neste país, e vivemos 21 anos sob as botinas dos militares, que deixaram um país arrasado economicamente, atrasado politicamente e com suas estruturas públicas contaminadas pela “corrupção institucional”. Essa vergonha histórica ainda é defendida por parvos e canalhas, que deformam a história e, tal qual o ministro da Defesa, Braga Netto, futuro vice do Mandrião, deliram nas suas tentativas de dar uma conotação democrática a um ato de força. Patético.

Na Terra de Poti, enquanto isso, Fátima Bezerra continua a liderar todas as pesquisas eleitorais, entre elas a do Instituto de Pagamentos Especiais de São Paulo, IPESPE, encomendado pela Tribuna do Norte, colocou a governadora com 34% das intenções de votos, seguida do senador Styvenson Valentim, do Podemos, com 13% e do presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira, do moribundo PSDB, com 8%. Somadas todas as candidaturas, 26%, chega-se à conclusão, de momento, que a atual gestora do RN vence no primeiro turno.

Enquanto as pesquisas mostram a força da governadora, nos bastidores segue o xadrez de remontagem do quadro político e o troca-troca de partidos colocou, vejam só, o Partido Verde, PV, com 4 deputados, quando não tinha nenhum, enquanto Ezequiel trabalha febrilmente para emplacar nada menos que 15 deputados. As recentes “aquisições” foram as dos deputados Ubaldo Fernandes (ex-PL) e Bernardo Amorim (ex-MDB). O gesto do presidente da Assembleia Legislativa, de não comparecer ao teatro burlesco de Bolsonaro e sua trupe, cujo representante local é o ministro Rogério Marinho, o algoz dos trabalhadores, nada diz e tudo diz, pois, tal gesto é típico das lideranças locais, que nem dizem “sim” ou “não”, até que as condições da conjuntura lhe apontem a direção.

O Partido Socialista Brasileiro (PSB), que se recusou a formar uma federação com o PT, o PV e o PCdoB, segue se fortalecendo, mirando principalmente os cargos proporcionais, tendo recebido Henrique Alves, defenestrado do MDB por Garibaldi Alves, depois de compartilhar o partido por 52 anos, dividindo o clã Alves às vésperas das eleições.

A verdade é que 18 dos 24 deputados estuais mudaram de partidos, o que é vergonhoso, mas faz parte da nossa cultura política e nos próximos dias o tabuleiro do xadrez político deverá ser movimentado, afinal Ezequiel ainda mantém a expectativa sobre sua candidatura ao governo do RN.

PS: nova composição da Assembleia Legislativa

PSDB (12): Ezequiel Ferreira, Gustavo Carvalho, Tomba Farias, Raimundo Fernandes, José Dias, Albert Dickson (ex-PROS), Ubaldo Fernandes (ex-PL), Galeno Torquato (ex-PSD), Nelter Queiroz (ex-MDB), Kléber Rodrigues (ex-PL), Getúlio Rêgo (ex-União Brasil) e Bernardo Amorim (ex-MDB).

PV (4): Eudiane Macêdo (ex-Republicanos), Vivaldo Costa (ex-PSD), George Soares (ex-PL) e Hermano Morais (ex-PSB).

PT (2): Isolda Dantas e Francisco “do PT”.

Solidariedade (2): “subtenente” Eliabe e Cristiane Dantas.

PL (1): “coronel” Azevêdo (ex-PSC).

PSB (1): Souza Neto.

PSD (1): Jacó Jácome.

Solidariedade (1): Kelps Lima. 

 

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