Evandro Borges

27/05/2022 08h15

 

As festas juninas vêm chegando
 
 
O mês de junho vem chegando com um bom inverno, enchendo açudes, barragens, barreiros e garantindo as lavouras consideradas de transição rápida, principalmente milho e feijão assegurando a segurança alimentar das populações dos Municípios do semiárido, modificando o paisagístico das serras e do campo em verde vivo no bioma da caatinga transformada, após um período de longa estiagem, e com o inverno do ano passado que ainda foi considerado insuficiente.
 
O inverno vai garantir uma mesa farta, das saborosas canjicas, pamonhas, bolo de milho, manguzá, milho assado e cozido, cuscuz com todos os recheios e receitas, e certamente bolo pé-de-moleque e com os pastos verdejantes, muito leite e queijos principalmente de coalho para assar e combinar com a comida de milho. As feiras que são uma festa de encontros, de vendas e trocas, deverão estar cheias de milho, vendida as espigas a mão, a meia mão e até em dúzias, dependendo do gosto e posse do freguês.
 
A feira do milho na CECAFES, hoje Mercado da Agricultura Familiar na confluência das Ruas Jaguarari com a Capitão Mor Gouveia vai varar todo o mês de junho, com uma produção que vem de todos as regiões do Estado, e no passado de 2021 ainda enfrentando a pandemia do covid – 19 foram comercializadas mais de dois milhões de espigas de milho com a população de Natal.
 
O mês de junho com as festas de Santo Antônio, São João e São Pedro haverá forró o mês inteiro, quadrilhas com os tradicionais marcadores, dança e boa música, de Luiz Gonzaga do Nascimento (1912 – 1989), o Rei do baião, pernambucano de Exu, também serão dançados os xaxados, aboios com os casais colados de frente na maior sensualidade, abraçados de forma arrochada, e muitos namoros, encontros e reencontros acontecerão.
 
O forró tradicional, também chamado pé de serra, encantado nas músicas de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro, Sivuca, de Fagner, de Elba Ramalho que levanta Campina Grande, de Alceu Valença, Flávio José, Lucy Alves mas agora, há o forró estilizado, o eletrônico e universitário que introduziram mais instrumentos musicais aos tradicionais, triangulo, zabumba na marcação e a sanfona.
 
No Rio Grande do Norte, as cidades de Mossoró e Assú já estão preparadas, com calendário divulgado, com artistas de renome nacional e local, esperam receber um mar de turistas. O pingo do meio dia em Mossoró já está sendo esperado ansiosamente, e desta vez com o recuo da pandemia do covid 19, em face a vacinação com aplicação de várias doses, vai assegurar uma grande mobilização, pois até os comerciantes ambulantes já foram credenciados e a expectativa da população é das maiores.
 
As escolas públicas e privadas estão mobilizadas com os educandos sendo trabalhados para o momento da festa junina na Escola e nas comunidades rurais. A notícia por toda parte é que o Poder Público das municipalidades já estão providenciando as quadrilhas e o forró, puxada pela boa música, e a retomada de competições envolvendo quadrilhas municipais.
 
As festas juninas são a própria identidade e cultura nordestina, consiste ainda no encontro das raízes com as municipalidades, com os amigos e reencontro de todas as gerações. Dançam e cantam crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. Homens e Mulheres. Que floresçam a paz e amorosidade. Certamente as músicas “Olha pro céu”, “Noites brasileiras”, “O meu pé de serra” , “Pau de Arara”, “A natureza das coisas” dentre tantas serão entoadas, dançadas e eternizadas em todos os rincões nordestinos.
 
 

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