Valério Mesquita

21/07/2022 22h14

FRASES

 

O mapa político a sair do pleito estadual do Rio Grande do Norte vai produzir tantas incertezas quantas espertezas em 2022. O barão de Itararé já dizia: “Não nos queixemos de certos homens públicos pela sua arrogância, rudeza, egoísmo, vaidade, esquecimento. É a sua índole. Irritar-se com ele é como se irritar com o fogo porque queima ou o cão porque morde”. Jean de La Bruyère, pensador francês, descendo numa sessão espírita no município de Tenente Ananias: “O demônio pode citar a Bíblia em seu próprio proveito”.

 

De Djalma Marinho citando  Shakespeare num comício em Nova Cruz: “Na política não há amigos, mas conspiradores que se unem”. Raciocínio lapidar de um governador explicando na televisão o que fizeram de sua candidatura: “Há um tempo para desarmar os presságios, há um tempo para desamar os frutos e há um tempo para desviver o tempo”.

 

De um arrependido e desistente pré-candidato ao governo do Estado, lá num comício em Pedro Velho, sobre o seu infante rebento: “Pelos caminhos do mundo nenhum destino se perde”. De um estreante candidato diante do mar da Redinha e ante a distante possibilidade de atracar a sua nau catarineira no segundo turno da eleição: “Antes a dor de não ter vencido, do que a vergonha de não ter lutado”.

 

Bernard Shaw, pela boca de um conhecido deputado estadual, lá na praça Sete de Setembro, assim foi citado: “É preciso ser doido ao menos uma vez por ano”. Zé do Café São Luís, não deixou ele terminar: “Pois, aqui, tem doido o ano todo”. Desabafo de um vereador, no corredor da Câmara pensando no fundo eleitoral dessa eleição, enfezado com o povo pedindo pererecas, parafraseando o escritor francês Jean-Paul Sartre: “Não, o inferno não são os outros como queria Satre; o inferno são os votos...”.

 

Já um observador atento da cena política de uma prefeitura metropolitana, lembrou-se do argentino Jorge Luis Borges, escritor, para dizer que não somente é “O velório que gasta os rostos”, mas, algumas candidaturas também. Da praça André de Albuquerque vi sair do Tribunal Regional Eleitoral uma penca de candidatos que fizeram campanha política antes do prazo legal. Os políticos justificavam citando o filósofo Chesterton quando disse que “Os vícios são as virtudes enlouquecidas”. Principalmente, as eleitorais que desmoralizam as religiões.

 

O liseu tem sido grande nesta campanha. A grana do fundo eleitoral somente sairá após as convenções partidárias. O muro das lamentações, tornou-se pequeno para acomodar a romaria dos candidatos antecipadamente derrotados,

Um desses poetas remediando o seu infortúnio com provérbios e estonteandos com palavras eruditas, contemplou o mapa político além da ponte de Igapó, e soltou a frase desesperadora do italiano Dante de Alighieri: “Ô gente avara, fútil e proterva!!”. E o povo, cá de baixo, mas do alto de sua prosopopéia, respondendo na voz de um personagem shakespeariano: “A fome que nos aflige, retrato de nossa própria miséria, é como o inventário da riqueza de todos eles. Nesta eleição, vinguemo-nos com nossa reprovação antes de sermos transformados em ripas. Porque o que nos faz dizer isso, não é somente a fome de pão, mas a sede de vingança”. Vê-se que, nessa vida, tudo o que começa, termina. Mas, mesmo assim, de alguma forma, vejo um amanhecer.

 

Tancredo Neves depondo sobre Petrônio Portela, afirmou: “Ele nunca foi arrivista, governista, oportunista ou coisa que o valha. Ele teve o senso da sobrevivência”. A política nacional mais parece com o samba de Jackson do Pandeiro: “Esse jogo não não pode ser um a um, se o meu time perder eu mato um”. Pra terminar cito o filósofo da praça João Maria: “Bem-aventurados os ruidosos do Rio Grande do Norte porque deles é o reino do caos”.


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