Daniel Costa

11/08/2022 09h55

 

GOVERNADOR SEM ASSEMBLEIA?
 
 
O senador Styvenson Valentin, depois de solicitar autorização da mãe, decidiu ser candidato ao governo do Estado do Rio Grande do Norte. Pelo conteúdo dos seus últimos pronunciamentos, o mote da campanha será o mesmo utilizado no pleito anterior: o da antipolítica.
 
Ele diz que não gosta de política e que por isso não vai se juntar aos políticos. Mas vejam só. Ele é um político que está na política por-que se elegeu por um partido político dirigido por políticos!
 
Difícil de entender, não é? Mas tem gente que vê nisso uma ética oceânica. Noves fora, o problema que surge é o seguinte: vamos supor que Styvenson, o Dr. Stockmann potiguar, venha a se eleger. O cara foi eleito governador. Como ele irá governar?
 
Sem a Assembleia Legislativa? Ele irá administrar o Estado despido do apoio da maioria dos deputados? Como então conseguirá aprovar projetos de lei? Como vai enfrentar os seus vetos derrubados pelo Poder Legislativo?  Ou será que ele está pensando, como já anun-ciou em entrevista, que irá resolver todos os problemas no melhor estilo tenente da lei seca, ou seja, fazendo blitz no início da manhã, antes de ir para a governadoria?
 
É bom os eleitores das terras de Poti, mais especificamente os da cidade de Natal, não se esquecerem que da última vez que resolveram engolir essas velhas novidades o resultado foi a eleição de “servos do senhor”, que não impunham a bandeira da antipolítica, mas que desti-lavam um discurso recheado de demagogia muito similar ao do senador.
 
Persistindo nesse roteiro antissistema, de quem não gosta nem de político e nem da política, o resultado parece ser previsível. Styven-son, caso venha a ocupar a cadeira do executivo estadual, irá apenas criar embaraços para o Rio Grande do Norte, com novas confusões e pedidos de impeachments, prestando, no final das contas, uma majes-tosa contribuição para o retrocesso do Estado; o que, aliás, parece ser uma de suas marcas registradas, diante da ausência de pronunciamen-tos importantes no Senado Federal em benefício dos norte-rio-grandenses. 
 

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