A Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do Rio Grande do Norte (SPVARN), é uma associação literária e artística de utilidade pública, democrática, sem fins lucrativos, com 27 anos de existência e 68 associados de importante atuação no meio cultural do Estado. Nesta coluna, dominicalmente os leitores serão contemplados com autores e autoras de diversos estilos e gêneros literários.
Prezados leitores,
Para o nosso “chamingo” de hoje, na coluna SPVARN do Potiguar Notícias, entrevistamos a artista, poeta e professora voluntária Janaina Lucena Wanderley, cujo nome artístico é JanaWan Wanderley. Natural de Natal/RN, tem a arte como estilo de vida e também é produtora cultural, costureira, modelista, graduada em Direito pela UNI/RN e xilógrafa certificada pela Oficina Rossini Perez de Gravuras, Fundação José Augusto e Governo do RN.
SPVARN – O seu encontro com a xilogravura foi antes ou depois da sua entrada na Casa do Cordel?
JanaWan - Antes da Casa do Cordel. Minha filha Camila Wanderley, também xilogravadora, na época da pandemia, encontrou vídeos em uma rede social, começou a assistir, encantou-se e começamos a falar sobre essa arte. Na época, eu não sabia bem do que se tratava, e não dei muita importância. Algum tempo depois, em 2023, encontrei a divulgação do formulário para inscrição na Oficina Rossini Perez de Gravuras, promovida pela Fundação José Augusto e pelo Governo do RN, sob a responsabilidade do Professor Érick Lima. Prontamente compartilhei com Camila e decidimos, as duas, fazer a inscrição. Fomos selecionadas, as aulas começaram e logo me apaixonei pela arte.
SPVARN - Você tinha ligação com a Literatura de Cordel? Escreve folhetos ou outro tipo de poema verbal?
JanaWan - Tive ligação com a literatura de cordel e com a poesia quando fiz a graduação no curso de Letras. Eu era apaixonada pela literatura e amava literatura portuguesa, amava teatro de cordel, em específico as obras do dramaturgo Gil Vicente, em seu “Auto da Barca do Inferno”, apresentado pela minha professora de literatura portuguesa, Frassinete, Não conclui o curso, fiz apenas durante três anos, mas ficaram em minha memória os ensinamentos da literatura que me acompanham até hoje. Escrevi apenas um folheto sobre as lembranças das férias de verão que, por falta de correção e orientação, ficou inacabado. Já os poemas, eu tinha muitos, porém todos se perderam em várias mudanças de casa ao longo da minha trajetória.
SPVARN - Como é o seu processo criativo? O que ou quem lhe inspira?
JanaWan - Minhas lembranças da infância em Natal, no Rio Grande do Norte, envolvendo familiares, histórias e lugares que frequentei. Minhas obras gráficas, em sua maioria são sobre o Rio Grande do Norte, das lembranças que tenho do Forte dos Reis Magos que defendeu o território brasileiro, rememorado em aulas de História, do Teatro Alberto Maranhão e as peças teatrais de Jesiel Figueiredo, dos filmes que assistia na sessão da tarde como “O Milagre de Fátima”, de 1952, do diretor John Brahm.
SPVARN - Quais são suas influências? O que é xilogravura para você hoje?
JanaWan - As minhas influências, na verdade, não estão inspiradas em estilo, mas nos xilogravadores e em seus trabalhos, como Bodega da Xilo, Célia Albuquerque, Misabel Pedrosa, Yolanda Carvalho, Ciro Fernandes, Pita Paiva e Gilvan Samico. A xilogravura para mim hoje é tudo, o “ar que respiro”, paixão, amor, trabalho, fonte de renda, terapia, compartilhamentos... Não há limites para descrever esse sentimento, pois a todo instante acontecem inspirações e já estou pensando em algo novo para começar a gravar.
SPVARN – E a ideia de criar a Besouro Cintilante, como surgiu?
Janawan - Surgiu com a produção de bijuterias, e com a pergunta das pessoas em geral usando aquele velho jargão: “é de ouro? Não, é de besouro.” Assim, nasceu a Besouro Cintilante. O cintilante foi porque nossa produção continha muito brilho. Queríamos um nome diferente e que ainda não estivesse em uso.
SPVARN – Fale um pouco sobre a aceitação dessa arte pelas pessoas em geral?
Janawan - Excelente para quem conhece. Os que não conhecem passam a admirar. Normalmente, em feiras, oficinas, levamos as madeiras, ferramentas, e produzimos no local. Quem vem nos visitar recebe orientações sobre todo o processo de gravação e impressão das xilogravuras.
SPVARN - Como é essa parceria de mãe e filha?
JanaWan - Essa parceria nasceu e já deu certo. Na verdade, sempre fomos parceiras desde a infância de Camila e decidimos expandir essa parceria para a arte e para a vida profissional. Há uma ajuda mútua e somos inspirações em forma de cooperação uma com a outra.
SPVARN - Quais os trabalhos que a Besouro Cintilante faz além da xilogravura?
JanaWan - Fazemos oficinas, mostras, exposições, bolsas, cadernos, brincos, chaveiros, ímãs de geladeira, ilustrações em cordéis e livros, todos com nossas xilogravuras.
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