22/09/2023 12h17
As mudanças climáticas e suas consequências para o planeta têm se tornado um grande desafio para as sociedades no mundo todo e gerado grande preocupação para gestores públicos e privados. Como forma de propor soluções, busca-se estratégias que são estabelecidas como metas, dentre elas surge a Transição Energética, isto é, mudanças estruturais na forma de produção energética, considerando a disponibilidade de combustíveis, e, principalmente as características ambientais com o objetivo de reduzir a emissão de gases poluentes. Estima-se que até 2050 esse processo já tenha sido concluído no Brasil.
O estado do Rio Grande do Norte, visando ainda mais o desenvolvimento social, econômico e ambiental acelerou os passos e saiu na frente com a política de energias renováveis, implementando quase que a sua totalidade da energia que abastece o estado, sendo 98% oriunda de energia limpa. Além de ser é um dos principais estados do Brasil na produção de energias renováveis, especialmente eólica, com 13 parques, gerando através de aerogeradores pelas forças vento, que não polui e é mais barata.
De acordo com Hugo Fonseca, coordenador de Desenvolvimento Energético do RN, gestor de projetos especiais da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência, da Tecnologia e Inovação (Sedec) além da eólica, o RN conta com energia solar, hídrica, gás natural e a de biomassa que utiliza restos vegetais, algas e outros materiais.
Ele diz que a produção de energias renováveis é um compromisso para preservação do meio ambiente e a sobrevivência das pessoas, “Não se trata de opções, é uma necessidade real”, afirmou durante entrevista ao PotyCast desta sexta-feira (22/09).
Mercado de Hidrogênio Verde
Por ser uma fonte renovável, portanto, sustentável, é extraído das moléculas de outras fontes como a água, onde ocorre a separação entre hidrogênio e oxigênio utilizando-se energia limpa, totalmente livre de emissão de CO2, o hidrogênio verde que tem 70% do seu custo de produção proveniente da energia limpa, é considerado o produto da vez no setor de energia, contribuindo diretamente no processo de transição energética diminuindo a dependência do gás natural. O Brasil possui grande capacidade de ser produtor no setor e sua vantagem competitiva favorece o país estrategicamente nos planos de descarbonização de países europeus, por exemplo.
Por ser um mercado novo, o governo do Rio Grande do Norte vem se preparando para ser protagonista nesse setor econômico que promete alavancar ainda mais a economia do estado. Para isso, toda uma estrutura precisa ser pensada e planejada. É aí que entra a construção do Porto-Indústria, a ser situado na cidade de Caiçara do Norte, distante cerca de 153 km da capital, Natal.
Hugo Fonseca destacou que o RN possui potencial para ser grande produtor para atender não só o mercado nacional, mas também ser referência em exportação.
“Precisaremos desenvolver o mercado, seja através da infraestrutura necessária, seja pela elaboração do conjunto de leis para possibilitar que empresas se instalem com suas usinas em nosso estado para explorarem o comércio do hidrogênio, ter a capacidade de produzir, armazenar e atender os mercados nacional e internacional”, declarou.
O porto-indústria é um ponto central nesse processo, pois será a estrutura a atender toda a demanda, além de beneficiar outros setores da economia, como o mineral, de pesca, de frutas e outros.
Energia eólica offshore
O mercado de energia vem se reinventando conforme o ritmo das necessidades humanas mudam. Um exemplo disso, é a chamada energia eólica offshore, onde aerogeradores ficam no alto mar, o estado potiguar já está se preparando para receber a estrutura necessária. Que contará subestações, faixas de entradas e outros recursos, entre Touros e Areia Branca, garantindo que as cidades que irão abrigar este complexo não sofram impactos negativos.
Já teve a sua aprovação do Senado aprovada e até o fim do ano. O Congresso Nacional pode aprovar.
Impactos econômicos
O RN concentra o maior número de empresas de prestação de serviço do setor eólico no país e além disso, é o maior exportador de mão de obra do setor de energia do estado brasileiro.
Em João Câmara, existem empresas e conta com mais de 10 mil pessoas empregadas só na operação de manutenção de geradores
Outra novidade será em Lajes, que concentrará com segundo o maior polo de energia eólica, e há perspectivas de muitas empresas instaladas na região, até final de 2026.
Assista a entevista completa:
https://www.youtube.com/watch?v=37OrgwQ9g2k
Fonte: Da Redação do PN, Gabrielle Borges e Marclene Oliveira