Agricultura
São José do Campestre atinge marca histórica com 70 toneladas de algodão agroecológico
24/09/2024 14h17
Por: Dr. Evandro Borges
Foto: Evandro Borges / Potiguar Notícias
Hoje, dia 24 de setembro de 2024 foi realizado o encerramento do recebimento da produção do algodão agroecológico na EMATER em São José do Campestre/RN, um ato bastante representativo. Uma produção espetacular para o momento. Foram produzidas setenta toneladas de algodão, sendo 55 toneladas de algodão agroecológico e 15 toneladas de algodão convencional. Produzido por cem (100) famílias de agricultores familiares.
São José do Campestre/RN é o maior produtor de algodão agroecológico do Brasil, uma vocação histórica, produção com outra qualidade e características diferenciadas, conduzida para a Usina de beneficiamento de algodão em Pirpirituba/PB, cuja Usina é dirigida pelo Instituto Casaca de Couro, que compra aos agricultores e agricultoras familiares o quilo por cinco reais. A retomada da cultura do algodão foi uma iniciativa do saudoso Prefeito Neném Borges, estando o se pai Zezinho Borges na solenidade, fazendo inclusive uma fala com muita emoção.
Créditos: Dr. Evandro Borges
A assistência técnica é operacionalizada em São José do Campestre/RN pelo técnico da EMATER – Sebastião Coelho, completamente comprometido e desprendido com a causa da agricultura familiar contando com uma rede de apoio institucional, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, das Associações Rurais, da COOPPOTIGUAR, dos agricultores e agricultoras familiares, da EMATER, SEDRAF e do Instituto Casaca de Couro da Paraíba.
Em média as famílias produziram 1.500 kg de algodão, consorciado com feijão, milho e fava, fazendo a segurança alimentar. O agricultor que mais produziu foi Zé Nivaldo com uma produção de 9.500 kg de algodão. Cada instituição entrou com uma parceria concreta, por exemplo o Instituto Casaca de Couro com as sacarias, sementes e aquisição da produção. A EMATER com a assistência técnica e extensão na orientação da produção.
O agricultor e Presidente da Associação Comunitária de Picos, Rutemberg Pereira Gomes disse que produziu 1.200kg e “o algodão serviu para fazer uma reserva, uma sobra, uma grande ajuda. E o próximo ano vai aumentar a área”. O agricultor Lair Edmo, Presidente da Associação Comunitária de Pedra Liza produziu 2.087 hg, disse que “é a melhor poupança hoje, o algodão”. O Representante da FETARN – Diretor do Meio Ambiente – Alécio Ananias disse, “que é uma experiência positiva, própria da vocação histórica de Campestre, que precisa ser ampliada para muitos Municípios”.
Créditos: Dr. Evandro Borges
Na solenidade estava presente o Secretário Municipal da Agricultura de Tangará, que disse no Assentamento Uirapuru as mulheres lideradas por Regilene contou com o apoio da administração Municipal, do Prefeito Augusto, que determinou o corte de terra entrando como parceiro e com governança, caso que não ocorreu em São José do Campestre, pois, o governo municipal foi completamente omisso, silente, e não contribuiu em nada com a produção das famílias dos agricultores familiares.
Após a solenidade uma passeata tomou conta das ruas principais de São José do Campestre, com carros, motos, tratores e caminhões exibindo parte da produção do algodão, liderados por Sebastião Coelho, fazendo um protesto em frente da sede da Prefeitura Municipal pelo descaso que trata a agricultura familiar, mesmo assim, obtendo resultados significativos com o apoio do Governo do Estado.
Autor: Dr. Evandro Borges