Saúde

Huol orienta como proteger idosos e crianças de viroses no verão

27/01/2025 12h38

Huol orienta como proteger idosos e crianças de viroses no verão

Foto: Huol-UFRN/Ebserh
 
Durante o verão, é comum observar um aumento no número de casos de viroses. A infectologista da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Marise Reis de Freitas, explica que o aumento das temperaturas favorece a disseminação de vírus gastrointestinais. 
 
“O aumento de temperatura com a chegada do verão está associado à transmissão de vírus gastrointestinais, sobretudo, que causam doenças diarreicas. Então, entram os norovírus, adenovírus, rotavírus, que são os vírus que mais frequentemente causam diarreias em período de altas temperaturas”, afirma.
 
No tratamento das viroses, a especialista destaca que a abordagem mais eficaz é o repouso associado a outros cuidados com a saúde. “O melhor tratamento para esses vírus é repouso, ingestão de líquido em abundância para evitar a desidratação, alimentar-se bem e ficar quieto em casa. O vírus demanda do corpo um tempo para se reparar, porque é o próprio sistema imune que vai dar conta de combater o vírus”, orienta. Ela também ressalta que existe sazonalidade em relação a alguns vírus.
 
Marise Reis explica, ainda, como distinguir uma virose de outros quadros, como intoxicação alimentar ou desidratação. “A desidratação é uma consequência da diarreia e dos vômitos. Qualquer doença que provoque diarreias, vômitos e febre pode causar desidratação. Ela, na verdade, é uma manifestação, um sintoma, uma consequência. A intoxicação alimentar, em geral, está associada à ingestão de um alimento suspeito ou não, mas que acontece em um período curto, de seis a oito horas, após o consumo da comida, com vômitos, diarreia e febre. Esse quadro é o que caracteriza a intoxicação alimentar”, explica. 
 
A profissional esclarece que, diferente dos outros quadros, as viroses, em geral, têm um início um pouco mais lento, de um a três dias após a exposição ao vírus, causando mal-estar, vômito e náusea.
 
Para a população idosa, a geriatra do Huol-UFRN/Ebserh, Ângela Gonçalves Costa, explica que a melhor abordagem no tratamento das viroses precisa ser individualizada, considerando as condições de saúde do idoso. “Em geral, é importante manter a hidratação, monitorar a febre, utilizar medicamentos sintomáticos com orientação médica e observar sinais de alerta, como desidratação ou piora do estado geral. Em idosos com comorbidades pré-existentes, pode ser necessário acompanhamento mais próximo para evitar complicações.”, ressalta.
 
Prevenção e cuidados essenciais
 
Para se prevenir de viroses, Marise Reis enfatiza a importância de evitar locais com aglomeração de pessoas. “O primeiro ponto é ficar longe de espaços onde há muitas pessoas. Além disso, lavar as mãos com água e sabão é um cuidado essencial para evitar as viroses de uma maneira geral, tanto as respiratórias quanto as entéricas, que causam diarreia”, alerta. A infectologista destaca, ainda, a importância da ingestão de água tratada e de boa procedência. Evitar praias em que a água não está adequada para o banho também está entre as recomendações.
 
A infectologista explica que, durante o verão, as crianças ficam mais sujeitas às viroses. “Elas (as crianças) têm um jeito mais livre de brincar, tocam em tudo, levam a mão à boca e brincam mais aglomeradas, por isso são mais sujeitas. É preciso ter um cuidado especial com elas e ter essa atenção de estar lavando as mãos delas com mais frequência”, orienta Marise Reis.
 
A geriatra Ângela Gonçalves explica que os idosos ficam mais vulneráveis a viroses gastrointestinais devido ao maior consumo de alimentos crus e à exposição a ambientes com menos controle de higiene. “Além disso, mudanças bruscas de temperatura, como a saída de ambientes climatizados para a rua, podem enfraquecer o sistema imunológico, aumentando o risco de infecções respiratórias”, enfatiza.
 
 

Fonte: Com informações de Huol-UFRN/Ebserh