19/08/2014 08h00
Pedagoga e professora, Ana Célia é candidata ao Senado pelo PSTU com uma bandeira em prol da Educação e combate ao sistema atual. Ela falou sobre essas temas em entrevista que concedeu ao jornalista José Pinto Junior. Confira:
Por que a senhora, como pedagoga e professora, decidiu se candidatar ao Senado?
Sou professora há 29 anos e trabalho na rede pública municipal e estadual. Como professora, sou lutadora das causas da educação, faço parte da regional dos sindicatos dos trabalhadores da educação de Ceará-Mirim. Decidi me candidatar ao Senado para defender a educação, superexplorada pelo capitalismo.
Nos fale um pouco mais quais são os pontos principais dessa luta.
São tantos problemas que não caberiam em um problema só. Mas a síntese disso tudo é a necessidade de aumentar os investimentos, porque os governos investem muito pouco. Temos duas candidaturas ao Senado que são professoras, mas temos um diferencial pois estamos atuando até hoje. Eu não sou uma candidata que fala somente em nome da educação, eu estou atuando dentro da educação. As medidas que existem ainda não atendem plenamente a educação.
Quais foram os sentimentos que te trouxeram para a política partidária, quais as motivações da senhora?
Primeiramente, não é uma discussão apenas de partido. Eu sempre fui uma pessoa que teve um olhar contrário às injustiças sociais e buscou caminhos que levaram a lutar contra isso. Então, resolvi me engajar na política, me filiando a um partido que seguisse minhas aspirações, por isso, escolhi o PSTU.
Professora, qual a estratégia da senhora e do seu partido para conseguir chegar ao Senado, em meio a uma concorrência enorme pela vaga?
A nossa estratégia é diferente da estratégia utilizada pelos outros partidos. A princípio, nós não aceitamos apoio externo para financiar nossa campanha. Nesse estado, principalmente, quem paga é quem manda, achamos isso um absurdo. Mas nós não nos opomos a esses setores, sempre procuraremos dialogar com todos eles, onde eles estiverem. A bandeira do PSTU é conhecida, hoje, como a bandeira das lutas.
A senhora poderia apresentar quais os principais eixos das bandeiras do PSTU, do programa do PSTU.
Gostaria de tocar em um ponto que será bastante falado nos próximos dias. A minha candidatura será uma luta contra o racismo e contra o machismo, visto que sou uma candidata negra e mulher. Há quem defenda o mito da “democracia racial”, bastante questionado hoje em dia, visto a violência e a perseguição contra os negros e contra as mulheres. Vemos casos de muita violência contra a mulher, casos de estupro, de assassinatos. Então, uma bandeira fortíssima é a luta contra o machismo e contra o racismo.
A senhora acredita que esses temas defendidos por sua candidatura interessam à população? Principalmente àqueles que não se interessam por política?
Olha, eu asseguro que está na hora de fazermos política de uma forma diferente. Essa coisa de usar o palanque para atacar está superada. O PSTU procura ir contra essa corrente de difamações com propostas e projetos convictos, concretos, deixando os ataques pessoais de lado. Dessa forma, iremos conseguir, sim, o interesse da população em nossas propostas e em nossos projetos. Cada voto que for dado ao PSTU é indício que estão entendendo esse debate.
A senhora entende que os protestos de junho de 2013 significaram um marco para a participação política do povo na sociedade?
Com certeza, os protestos de junho serviram para abrir um outro momento político no país, uma outra situação. As pessoas, hoje, estão com outro olhar. Inicialmente, a manifestação era restrita às passagens de ônibus. Porém, isso ganhou raízes e passou a ser um centro de debate de vários outros temas e reivindicações. A população, hoje, não aceita mais injustiças de uma forma tão passiva. O desastre em Mãe Luiza no período da copa apresentou o contraste das desigualdades sociais na cidade. Enquanto estava havendo uma grande festa em um canto da cidade; do outro, o caos, a tristeza e a desolação.
Fonte: Pinto Junior