19/03/2024 06h18
"Eu tinha ouvido rumores de que isso aconteceria. Mas enquanto a gente não vê no papel a gente demora a acreditar". A cética atleta paralímpica do lançamento de disco, arremesso de peso e dardo, Natália Almeida, 32 anos, sanou a incerteza e comprovou que o edital do Bolsa Atleta 2024 irá amparar neste ano, pela primeira vez, gestantes e puérperas, atletas surdos e guias e auxiliares do esporte paralímpico.
As inscrições para o programa Bolsa Atleta 2024 foram abertas nesta segunda-feira, 18 de março, e prosseguem até o dia 1º de abril para as categorias de Base, Estudantil, Nacional, Internacional e Olímpica/Paralímpica/Surdolímpica. Acesse a página institucional do programa no Portal do Ministério do Esporte.
Grávida de nove semanas, Natália Almeida, paraibana de João Pessoa, fará sua inscrição com a certeza de que, após a gravidez, não terá que abandonar o esporte, como imaginou que teria que fazer antes do apoio do Bolsa Atleta ser estendido às gestantes e mães em fase de amamentação.
"Quando vi o edital e li as informações, isso me deu a certeza de que eu vou voltar. É uma segurança. A cabeça fica mais firme. Saber que estamos resguardados por isso, que vou ter essa ajuda, para mim representou uma tranquilidade absoluta. Estou confiante de que eu volto para o esporte depois que meu filho nascer", comemorou.
Os avanços implementados na edição de 2024 do programa fortalecem a história de sucesso do Bolsa Atleta, que já beneficiou, desde 2005, seu primeiro ano de vigência, 34.678 atletas com 96.165 bolsas contempladas, fruto de um investimento de R$ 1,6 bilhão até 2023.
SUPORTE – A família de Natália, que em breve vai crescer, sabe bem o que o Bolsa Atleta representa para os esportistas que sonham em construir uma carreira bem-sucedida. Seu marido, Cícero Nobre, também de 32 anos, conquistou a medalha de bronze nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2021 e foi ouro Mundial de Dubai e nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, ambos em 2019.
"Para mim, o esporte e o Bolsa Atleta mudaram tudo na minha vida. Eu venho de família humilde, nasci no sertão da paraíba, e quando cheguei na capital João Pessoa e comecei a treinar muita gente me disse que eu tinha que desistir, que aquilo não daria futuro. Mas eu não desisti e logo em sequência comecei a ganhar o Bolsa Atleta", recorda Cícero, que recebe o incentivo do Governo Federal desde 2015.
"É um suporte no início da carreira ter esse benefício. Ele é fundamental para o atleta se sustentar e seguir nos treinos. Em 2018, fiz meu primeiro pleito na Bolsa Pódio (a categoria mais alta do Bolsa Atleta) e de 2018 para cá isso aí contribuiu demais nas minhas conquistas. Se não estivesse esse suporte eu não conseguiria manter minha preparação para as Paralimpíadas. Hoje, o Bolsa Atleta para os atletas olímpicos e paralímpicos é tudo na vida da gente", ressalta.
Fonte: Agência Gov