Meio Ambiente

Estudo aponta que 99% dos incêndios no Brasil são causados pela ação humana

20/09/2024 14h14

Estudo aponta que 99% dos incêndios no Brasil são causados pela ação humana

Foto: Mayangdi inzalgarat / Ibama
 
 
Um estudo coordenado pela doutora em Geociências Renata Libonati, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), revelou que a maioria dos incêndios florestais no Brasil são causados pela ação humana. Apenas 1% das queimadas são originadas por causas naturais, como raios. As informações foram divulgadas com base em dados coletados pelo sistema de monitoramento Alarmes, que utiliza imagens de satélite para identificar focos de fogo em tempo real.
 
O cenário é preocupante, principalmente na Amazônia e no Pantanal. Em 2024, cerca de 12,8% da área do Pantanal já foi destruída pelo fogo, enquanto na Amazônia, 10 milhões de hectares foram queimados – o equivalente a mais que o estado de Santa Catarina. Segundo Renata Libonati, "todos esses incêndios, mesmo que não tenham sido intencionais, são de alguma forma criminosos".
 
O uso da terra e o desmatamento são apontados como os principais fatores que contribuem para o aumento das queimadas. As atividades econômicas, como a agropecuária e a expansão de áreas de pastagem, estão diretamente ligadas aos focos de incêndio. Além disso, a pesquisadora destaca a gravidade da situação: "Nosso estilo de vida atual é incompatível com o bem-estar da nossa sociedade no futuro."
 
O monitoramento do sistema Alarmes cobre três dos principais biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado e Pantanal. Segundo os dados, o Cerrado já perdeu cerca de 11 milhões de hectares, o que corresponde a quase 6% da sua área total. Embora o bioma tenha uma certa dependência natural do fogo, as queimadas atuais são mais intensas e prejudiciais.
 
As autoridades já começaram a adotar medidas preventivas, como a aprovação da Lei de Manejo Integrado do Fogo. A norma propõe um novo modelo de gestão de incêndios, com foco na prevenção e redução de materiais inflamáveis antes da chegada da estação seca. No entanto, os desafios climáticos, como secas prolongadas e ondas de calor, tornam o combate ao fogo cada vez mais difícil.

Fonte: Com informações de Agência Brasil