Liliana Borges

30/10/2021 00h45
 
SANTA JUSTA, Baixa ao Largo do Carmo…
 
Lisboa cada dia mais linda, voltando à normalidade aos poucos, o turismo fluindo. Movimento nas ruas, pessoas apressadas para trabalhar, outras apenas a passear, a conhecer e apreciar…
 
Uma cidade cosmopolita, gente de inúmeras partes do mundo ao som de suas vozes e burburinhos de diferentes idiomas ao mesmo tempo, culturas e etnias que se misturam. É simples assim, um misto de emoções…
 
Atravessei mais uma vez o Rio Tejo de barco, saindo do Montijo e chegando ao Cais do Sodré. Caminhei até a Rua do Arsenal, passei pela Praça do Município, adiante dobrei a esquerda na Rua Áurea, bem mais a frente à Rua do Ouro e lá está o suntuoso Elevador de Santa Justa, também conhecido por Elevador do Carmo. 
 
Adoro passear pelos bairros históricos por meio de “tuktuks” de cima a baixo na Cidade das Sete Colinas, mas o trajeto que descrevi as ruas são planas ascendendo a parte alta com o auxílio de Santa Justa que ainda nos presenteia com uma bela visão panorâmica. Um interessante sistema de transporte público que seu bilhete custa cinco euros e trinta cêntimos para os dois sentidos, subida e descida.
 
Agradável percurso a pé por volta de 15 minutos que engrandeceu meu dia. O Elevador estava temporariamente inoperante em decorrência da pandemia, há pouco voltou a funcionar, ainda, não tinha tido a oportunidade da experiência de utilizar o precioso ascensor que liga a Baixa de Lisboa ao Largo do Carmo. 
 
O elevador possui uma estrutura metálica, torre e passadiço, com estilo e inspiração neogótica. Sua construção iniciou em 1900 e foi inaugurado em 10 de julho de 1902, projetado pelo engenheiro Raoul Mesnier de Ponsard, o qual planejou vários outros pelo país, sendo o seu primeiro o do Bom Jesus em Braga. 
 
Atualmente é um dos pontos mais visitados na cidade tanto por turistas nacionais como estrangeiros. No alto de seu miradouro tem uma magnífica vista do Rossio, a Baixa, o Castelo de São Jorge, o Rio Tejo, além de que proporciona um tranquilo deslocamento, evitando o cansaço de subir as ladeiras a pé para apreciar as Ruínas da Igreja do Convento do Carmo e mais o Museu Arqueológico.
 
Logo que desembarcamos nos deparamos com a “Casa Portuguesa do Pastel de Bacalhau”, uma ótima opção para uma paradinha estratégica e recargar as baterias, tanto poderá ser na chegada ou no retorno, se desejar saborear esta deliciosa iguaria. Cabe destacar que são os tradicionais “bolinhos de bacalhau” como são nominados no Brasil.  
 
O Convento do Carmo e Convento da Trindade eram os maiores símbolos do poderio religioso no país para além do poder do rei, porém no terremoto de 1755 ambos
praticamente foram destruídos e, até hoje quando os portugueses querem dimensionar um acontecimento grandioso que causa espanto recorrem à frase popular: “Caiu o Carmo e a Trindade”.
 
A Igreja do Convento de Santa Maria do Carmo foi fundada em 1389 por D. Nuno Álvares Pereira, após sua derrocada na tragédia, o cataclismo, do século XVIII, iniciou sua reconstrução em 1756, posteriormente, definitivamente suspensa com a extinção das ordens religiosas em Portugal em 1834 em decorrência das Guerras Liberais. Atualmente mantem estruturas e elementos primitivos que nos reportam aos séculos XIV ao XV, conhecida como as belas “Ruínas do Carmo”.
 
No espaço, mais adiante por volta de 1864, foi instalado o Museu Arqueológico do Carmo. Este empreendimento é composto por peças escultórias originárias de edifícios arruinados pela catástrofe, como também, por muitas obras advindas das casas monásticas extintas e do próprio templo encontradas soterradas nos escombros.
 
O MAC possui um acervo ao longo dos séculos XIX ao XXI com um significativo valor histórico, arqueológico e artístico, além de ser recheado com artefactos e obras desde a Pré-história ao nosso mundo contemporâneo, distribuídos em cinco salas com temas diversificados e mais outra que apresenta um precioso vídeo contando de forma graciosa sua história. É uma emocionante viagem no túnel do tempo.
 
Passear por Lisboa é sempre sinônimo de novas descobertas e muita diversão. É uma ótima pedida depois de uma boa caminhada sentar em uma esplanada na calçada de um restaurante ou cafeteria e saborear um pouco da culinária portuguesa…
 
Voltei pela linda e suntuosa Rua Augusta, passando pela Praça do Comércio, AMO estes passeios…
 

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