Liliana Borges

Funcionária pública aposentada, residente em Portugal.

16/03/2024 08h00

 

QUAKE, Museu do Terremoto…

 

Os museus atualmente são espaços preciosos capazes de estimular aos visitantes fabulosas viagens no tempo ricas de conhecimentos e descobertas, em harmonia com a história, a curiosidade do saber e experiências de forma interativa e atrativa.

Por Portugal há inúmeros deles, entretanto um dos que se destacaram em 2023 foi o “Quake, Museu do Terremoto”, classificado como o “Melhor Destino Turístico Europeu de Atração” do ano pela World Travel Awards, uma organização desde 1993 considerada popularmente como o “Óscar do Turismo” que avalia categorias relacionadas ao seguimento elegendo os melhores.

O Quake é uma fantástica experiência temática capaz de nos fazer sentir o grande terremoto de Lisboa que aconteceu no dia 1º de novembro de 1755, parece tão real que achamos que estávamos por lá na altura. Entramos em um túnel do tempo e viajamos na imaginação até aquela época, quando surge a cidade na nossa frente idêntica a Lisboa no século XVIII com uma minuciosa amostra de seu cotidiano.

 O museu possui diversas seções interativas, autoexplicativas e exposições. A exemplo da origem dos sismos e tsunamis, além de identificar os locais que estão acontecendo sismos no momento de nossa visita; salas que podemos apreciar uma cidade através de uma janela em instantes anterior a acontecer um terremoto e o depois; uma igreja onde o padre celebrava uma missa em latim no exato momento do abalo, pois conforme o feriado religioso quase todas estavam abarrotadas de gente…

Ademais o plano da reconstrução de Lisboa, como também, a possibilidade de conhecer os heróis e vilões daquele período e ter a sensação de está presente no centro das ações que culminaram a nova Lisboa com uma grande transformação política, científica e histórica a nível mundial.

Ocorreram vários fatos curiosos que ficaram registrados na história como o Rei D. José I havia deixado a cidade depois de assistir uma missa logo ao amanhecer, seguindo para Santa Maria de Belém por vontade das princesas em passar o feriado fora da cidade que foi a salvação da família real, posteriormente, ele adquiriu fobia a recintos fechados passando o resto de sua vida a viver em tendas no Alto da Ajuda que ficaram conhecidas como “Real Barraca”.

O monarca governava através de conselhos e três secretários de Estado, sendo um deles que se destacou pelo seu instinto político, Marques de Pombal, quem nos dias seguintes ao desastre viajou continuamente por Lisboa, trabalhando incansavelmente, comendo e dormindo na sua própria carruagem, assim adquiriu uma privilegiada posição de poder.

Cabe, ainda, ressaltar que a maior parte dos recursos para a reconstrução da cidade foram oriundos da Capitania de Minas Gerais na colônia brasileira que acarretaram aumento de impostos levando a grande insatisfação dos habitantes, chagando a expulsar a Companhia de Jesus e realização de duas inconfidências em protesto à coroa portuguesa.

Os sismólogos estimam que o sismo pode ter atingido 8,7 a 9 na Escala de Richter. Imaginem como foi forte e o pânico causado que fez as pessoas se deslocarem para as margens do rio, mar e zonas portuárias, mas na sequência veio o Tsunami que matou milhares de pessoas, além dos incêndios que devoraram a cidade por não ter quem os apagassem.

Outro fato terrível foi a destruição da Biblioteca, a qual pertencia ao Palácio Real situado na área que atualmente é a Praça do Comércio às margens do Tejo. Uma perda de aproximadamente 70 mil volumes, centenas de obras de arte e o precioso arquivo real com documentos importantes da exploração oceânica.

Viajantes que chegavam na região posteriormente diziam: “Aqui era Lisboa…”, mas depois de tudo isso surgiu uma nova cidade mais moderna com ruas mais largas em virtude da visão e inteligência do Marques de Pombal, sendo na localidade construídos os primeiros edifícios a prova de abalos sísmicos no mundo.

Vale muitíssimo conhecer o Museu do Terremoto, pois é realmente é uma viagem imersiva e única pela história de Lisboa neste período. Situado em Belém, vizinho ao Museu dos Coches com duração estimada da visita de 1 a 2 horas no horário das 10h às 18h, os bilhetes podem ser adquiridos no local e se optar por comprar no site terá desconto de 10% - https://lisbonquake.com/.

Simplesmente espetacular…

Confira o Vídeo sobre a matéria no meu canal no YouTube LILIANA BORGES EM PORTUGAL. Consultoria de Turismo nas Terras Lusitanas - lilianaoborgespt@gmal.com

https://youtu.be/byxJcngF-nQ?feature=shared


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