Liliana Borges
Funcionária pública aposentada, residente em Portugal.
11/05/2024 06h24
ROTEIROS IMPERDÍVEIS, Santarém e Tomar…
Este será o primeiro artigo de uma série que irei escrever sobre os roteiros turísticos que costumo fazer com meus amigos e clientes pelas Terras Portuguesas. Elegi como imperdíveis, mas bem sei que nem sempre será possível incluir todos em uma única temporada de viagem.
Uma dica interessante é escolher menos lugares para visitar e permanecer mais tempo em cada localidade, pois com certeza irá conhecer e curtir muito mais. Outros fatores importantes que devem considerar é a distância entre eles, o meio de transporte e o trânsito, pois poderá perder muito tempo em deslocamento e transformar a viagem em uma maratona com apenas momentos para fotografar, caso este último não seja o único objetivo da viagem.
Desta vez a nossa viagem será à Santarém e Tomar…
Começando por Santarém capital do Distrito que tem o mesmo nome a cerca de 82 km de Lisboa. Os primeiros vestígios registrados da presença humana na região se referem ao Século VIII a.C. e, ao longo de sua história foi dominada por vários povos, conquitada pelos cristãos em 1147 por D. Afonso Henriques que foi o primeiro Rei de Portugal.
É fascinante conhecer o miradouro “Portas do Sol” situado no local da antiga alcáçova de Santarém que ainda existe uma estrutura muralhada com lindos jardins, onde apreciamos o Rio Tejo em outra perspectiva, simplesmente lindíssimo……
A cidade é muito atraente para os brasileiros, pois Pedro Àlvares Cabral lá viveu com sua esposa Isabel até sua a morte, além do mais parte de seus restos mortais foram trasladados em 1529 para a Capela de S. Evangelista na Igreja de Santa Maria da Graça, inclusive o o palecete próximo a esta Igreja foi de sua propriedade e atualemtente nominado “Casa do Brasil”, Consulado Honorário do Brasil.
Seguindo para Tomar que uma graciosa cidade banhada pelo Rio Nabão, a cerca 139 km de Lisboa e 69 km de Santarém, conhecida como “Cidade dos Templários” que foi sede portuguesa desta Ordem religiosa-militar medieval.
A Ordem dos Templários foi fundada em Jerusalém em 1118, seu objetivo era defender os lugares sagrados na Palestina, como também, os cristãos que peregrinavam à Terra Santa, acumularam fortunas como guardiães de bens dos peregrinos, estes recebiam uma carta de garantia que poderiam levantar o crédito numa comendadoria, assim, exerciam uma atividade inovadora naquele tempo semelhante aos bancos na atualidade.
Em vários períodos foram depositários do tesouro real francês e comumente nos momentos de crise os reis recorriam aos cavaleiros, posteriormente, Filipe-o-Belo em decorrência de interesse na fortuna da organização comandou uma operação em que os caluniavam por vários crimes, culminando na prisão e condenação a morte, consequentemente, o confisco de seus bens. E, ainda, incentivou o Papa Clemente V a emitir uma bula pontifical, a qual extinguia a Ordem.
O rei D. Dinis de Portugal os protegeu, no entanto como prestava obediência ao Papa cumpriu a sua determinação, porém criou uma nova passando a ser chamada de “Ordem de Cristo” com os mesmos cavaleiros e inclusive com seus bens, sendo a primeira sede no Castelo Marim no Algarve e em 1357 transferida para o Castelo de Tomar.
A construção do castelo nos reporta ao século XII em 1160 que teve como finalidade a defesa da região, uma bela fortaleza medieval. O Convento de Cristo faz parte do conjunto arquitetónico do patrimônio que ambos se completam harmonicamente. A arte está presente por todos os lugares desde a Românica, a Gótica, a Manuelina passando pelo Renascimento até o Barroco.
Entre as belas obras de arte, destacam-se a réplica do Santo Sepulcro de Jerusalém na Charola Templária considerada um dos mais emblemáticos monumentos da arquitetura templária, como também, a magnífica “Janela Manuelina” que é um clássico do Estilo. Ademais em 1983 a UNESCO declarou Patrimônio da Humanidade o Castelo e o Convento de Cristo.
Visitar Tomar é reviver a história destes monges-guerreiros recheada de mistérios, segredos e curiosidades, além do mais, apreciar as iguarias da “Taverna Antiqua” torna o roteiro perfeito. O restaurante é semelhante a uma taverna medieval, decorado com riqueza de detalhes da época, os trabalhadores vestidos a caráter, como também, a gastronomia é elaborada com alimentos de costume daquela altura.
Bela viagem no tempo…
Consultoria de Turismo nas Terras Lusitanas - lilianaoborgespt@gmail.com
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