Wellington Duarte

Professor, economista, Cientista Politica, comunista, headbanger, flamenguista, americano e apreciador de Jack Daniels

31/07/2024 10h04

Morte, Fome, Peste e Guerra cavalgam solertes mundo afora 

 

No Oriente Médio, termo aliás cravado pelos países ocidentais depois que moldaram de forma imperial, a divisão administrativa e política daquela região, Israel, Estado religioso, provoca um dos maiores genocídios dos últimos tempos, age como um agente da Morte e da Guerra e ameaça, inclusive a estabilidade do pequeno e empobrecido Líbano; A Síria continua sua saga contra a Turquia e EUA, que ocupam pedaços do seu país e enfrenta ataques contínuos do já citado Israel; a Arábia Saudita, um feudo familiar criado em cima do petróleo, ataca o paupérrimo Iêmen, com o apoio tácito dos EUA, causando flagelos antigos, como epidemias de cólera e a fome generalizada.

Na sempre sofrida África, o Congresso de Berlim, de 1884, ainda provoca sofrimento naquele continente, tão desconhecido para nós, em pleno século XXI, a guerra entre o Sudão e o Sudão do Sul, pelo controle de petróleo e outros minerais estratégicos, embora “escondido” pela grande mídia, nos lembra que a Fome é um cavaleiro presente; no Sahel, rico para os europeus e pobre para os africanos, os conflitos ameaçam, inclusive, a existência do Mali. A Somália despedaçada, Moçambique ameaçada pelos extremistas islamitas, a sempre presente violência na República Democrática do Congo, nos faz lembrar o quanto a humanidade, ao invés de avançar, regride.

A ameaça do sempre belicoso EUA, que nunca saiu de cena, é um fator preponderante no mundo. Cancelamento de países, uma nova prática imperialista, tenta estrangular economia de vários países, como a sempre bloqueada Cuba, condenada, em 1962, a ser o exemplo de como a altivez de um país provoca a fúria de um gigante e este insiste em querer esmagar esse país. Que o diga a Venezuela, cujo desenvolvimento econômico foi travado por sanções comerciais dos EUA e que, mais uma vez, ameaça o governo bolivariano, alimentando a sempre furiosa extrema-direita local. Que o diga a Bolívia, que recentemente sofreu um golpe, apoiado descaradamente pelos EUA ou o Peru, que também sofreu um Golpe vindo dos setores mais reacionários e apoiado pelos EUA.

Se na Birmânia, o governo militar, apoiado silenciosamente pelos países ocidentais, enfrenta uma nova e potente guerrilha, no chamado Velho (e carcomido) Mundo, ressurge o nazismo como força política real e a Guerra, eterno companheiro desse continente, se faz presente. A Ucrânia e a Rússia travam uma guerra em que não se trata apenas de um conflito territorial, mas de reposicionamento de um gigante, relegado a segundo plano durante muito tempo e que viu um “Estado” chamado OTAN ou “Otanistão”, um perigo real, de instalação de mísseis balísticos na sua fronteira, e essa guerra desestabilizou o mercado de petróleo no mundo e a crise do sistema capitalista, que se arrasta desde 2008, promete não arrefecer nos próximos anos.

Um mundo instável, em que os EUA tentam conter o nascimento da multipolaridade, não favorece ao crescimento da economia, a não ser para setores que caminham ao lado dos Cavaleiros: a indústria armamentista. Essa segue feliz e saltitante, com lucros espetaculares e sendo a base do próprio sistema político dos EUA.

O que virá amanhã?

 


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