Wellington Duarte

Professor, economista, Cientista Politica, comunista, headbanger, flamenguista, americano e apreciador de Jack Daniels

12/02/2025 10h14
O “economês” e o Fim do Mundo
 
A linguagem do “economês”, criada naturalmente pelos especialistas da área que parecem ser um conjunto de códigos que não chegam à população, de uma forma geral. E o resultado é que esse “economês”, apropriado pelos milhares de “especialistas em economia”, é espalhado nas redes sociais e acaba virando um conjunto de “verdades” que, olhada mais de perto, não tem muita consistência.
 
A economia brasileira foi, de fato, vitima de uma grande crise mundial, gerada nos EUA em 2008 e que AINDA continua, provocando turbulências permanentes e crises sucessivas nas economias dos países chamados “centrais”, de economia capitalista mais desenvolvida e a sua agudização interna, em 2015, provocou um Golpe e, em seguida, uma brutal acomodação da economia a uma visão neoliberal mais dura e, a partir de 2019, uma tentativa brutal de seguir os pressupostos de um setor radicalizado da visão neoliberal, cujas bases se remetem ao que os economistas chama de “Escola Austríaca”, também chamada de “Escola de Viena”, cujos próceres foram Carl Menger (1840-1921), Eugen von Böhm-Bawerk (1851-1914) e Ludwig von Mises (1881-1973) que é uma das fontes dos chamados “libertários” que querem um “mundo livre do Estado”, desde que essa “liberdade” só esteja disponível para as camadas mais altas da sociedade.
 
A partir de 2023, com a retomada da normalidade democrática, o governo, democrático, tem enfrentado uma série de dificuldades, vindas de fora principalmente devido a um elemento que torna o mundo mais afeito às crises, chamado Estados Unidos da América, mas também oriundas do ambiente interno, fruto dos seis anos de agudização neoliberal e da desigualdade estrutural que permeia nossa história, alimentado pelas elites brasileiras que são defensoras de um Estado que lhes dê condições para usufruírem sempre da riqueza produzida no país.
 
No mundo real, o desemprego diminuiu, a renda do trabalhador aumentou e há fortes indícios da recuperação das bases do desenvolvimento, que é a indústria, mas, por outro lado, o ataque especulativo ao Real, que teve no Banco Central um importante aliado e a velha especulação, apimentada pela pouca inteligência do governo em informar à população o que faz, tornou a inflação, mais uma vez, um dragão feroz, que atingiu as camadas mais baixas da população, principalmente nos alimentos básicos.
 
E o “economês” entra em cena, garantindo o “terror econômico”, dito pelos “especialistas de internet” e pelos empregados do sistema financeiro, os únicos que são ouvidos pelos meios de comunicação. Esse “climão” afeta os diferentes agentes econômicos e embaralham a percepção das pessoas acerca do curto prazo. 
 
A sensação de hecatombe econômica só será superada quando os efeitos concretos da política econômica cheguem aos pobres e as camadas mais baixas da população, e isso leva tempo. Não se reconstrói uma casa atingida pelas bombas neoliberais, sem uma base que a sustente, mas para o dia a dia das pessoas o tempo é agora e a extrema-direita, que não nenhum compromisso com a verdade e nem com o desenvolvimento desse país, continuarão a mentir utilizando seu exército de economistas que usam o “economês” como arma política.
 
E assim, 2025, que ainda está acordando, promete muitas emoções.
 

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