Professor, economista, Cientista Politica, comunista, headbanger, flamenguista, americano e apreciador de Jack Daniels
Nós devemos sempre prestar atenção na história e nos fatos históricos. Eu havia prometido a mim mesmo não tratar mais da “engorda de Ponta Negra”, mas sou forçado a tratar desse assunto, mesmo sem ter conhecimento técnico para produzir algum laudo técnico. E nem pretendo fazer uma análise da obra em si.
Em 27 de janeiro passado, no dia em que a “engorda” foi concluída, o secretário de Meio Ambiente e Urbanismo (SEMURB), Thiago Mesquita, afirmou que “uma nova Ponta Negra estava surgindo”, reforçando o anúncio feito pela prefeitura e pela empresa DTA. E o valoroso Thiago foi além: afirmou que a “engorda” proporcionará (verbo no futuro) um aumento de 30,0% na arrecadação do ICMS da região e isso em menos de um ano.
“Atualmente, a região da praia de Ponta Negra arrecada cerca de 400 milhões de ICMS, segundo a Fecomércio. Com a obra da engorda, esse número vai subir 30%, chegando a arrecadar 120 milhões. Ou seja, a obra que custou 75 milhões em menos de um ano vai proporcionar o retorno para o poder público”, disse.
Ele certamente não conseguiu conversar com os deuses da chuva e estes, de forma birrenta, teimam em mandar chuva para mostrar que a obra tem muitos problemas e, portanto, não está concluída. Se estiver então a prefeitura produziu um monstrengo que enfeiou a tal fonte mágica de ICMS, anunciado pelo secretário.
Portanto, para a obra que está conclusa “pero no mucho”, não pode chover e não pode ter gente por perto, visto que parece que os “planejadores” da obra esqueceram que existe uma coisa chamada ESGOTO e que existe um problema também histórico na questão do saneamento, e parece que os resíduos líquidos (e sólidos) gerados nos esgotos, clandestinos ou não, não foram informados que existe uma “engorda”.
É óbvio, e eu não preciso ser especialista na área, que a praia de Ponta Negra mudou. Não será mais a mesma, inclusive no aspecto relativo ao banho, embora a própria praia deverá, nos próximos meses, fazer ajustes, sozinha é claro, porque a obra foi concluída. CONCLUÍDA.
O prefeito Paulinho Freire, hoje um bolsonarista empedernido, disse que o alagamento da “engorda” é algo natural, porque “choveu muito”, ou seja, “tudo está no seu lugar, graças a Deus” e provavelmente a “nova Ponta Negra” irá se acomodar e as coisas “seguirão seu curso”.
O problema é que fica latente que o planejamento, com relação a essa obra, parece que foi feita, para ser educado e polido, de maneira inadequada e se alimentou de uma postura eleitoreira. Basta ver como o ex-prefeito conduziu esse processo, para termos a noção de como ele aplicou o “planejamento”.
Agora é aguardar para ver se não chove mais, se os esgotos vão se comportar, se Poseidon vai colocar juízo nas marés e se a própria areia da praia vai se adequar aos novos tempos, afinal a variável HUMANA parece ter sido desleixada.
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