30/09/2022 11h41
O período colonial no Brasil foi marcado por invasões e disputas de países europeus nos territórios brasileiros, entre elas foi a briga entre Portugal e Holanda pela área que hoje é conhecida por Rio Grande do Norte e naquela época pertencia a Capitania de Pernambuco.
O nordeste brasileiro era conhecido pela sua produção de cana-de-açúcar e por ser um ponto estratégico. Os holandeses dominaram a região entre 1630 e 1654. Uma das características desses novos invasores era o fato de serem Calvinistas, pessoas que seguiam a doutrina do Calvinismo que surgiu na europa logo depois da reforma protestante e que acreditava no acúmulo de bens, riqueza e na predestinação.
Em 16 de julho de 1645, durante a celebração da Santa Missa dominical, na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho de Cunhaú, Jacob Rabbi, oficial do exército holandês, que comandava aquela região, ordenou que as portas da igreja fossem trancadas e que as pessoas presentes fossem assassinadas.
No dia 3 de outubro, no mesmo ano do massacre de Cunhaú, aconteceu a segunda chacina, dessa vez em Uruaçu, atualmente município de São Gonçalo do Amarante. Os fiéis tentaram resistir, mas foram massacrados cruelmente. O ataque também foi mando pelo Jacob Rabbi.
Segundo Hélio Marques Franco, professor de História. “Os massacres se inserem no contexto das Guerras de religião” que ocorriam na Europa do Século XVII. Essas guerras eram motivadas pela expansão das religiões reformistas e os embates com os governos católicos e a própria Igreja católica”.
Os massacres ocorridos no estado se tornaram feriado pela Lei estadual Nº 8.913/2006. No dia 3 de outubro, dia dos assassinatos de Uruaçu. “Sua importância se dá principalmente no contexto da memória coletiva e atua no fortalecimento dos laços identitários do povo Potiguar”, comenta o professor Hélio Marques.
No dia 5 de março de 2000, aconteceu a cerimônia de beatificação na Praça de São Pedro, no Vaticano, em que reconheceu o martírio de 30 pessoas presentes nas chacinas. O Papa Francisco em 15 de outubro de 2017, canonizou os mártires.
Da redação, Gabrielle Borges
Edição, Marclene Oliveira