27/03/2024 10h58
Em Brasília, a governadora Fátima Bezerra participou no final da manhã desta terça-feira (26), de debate promovido pelo portal Metrópoles com o tema "Nordeste em Pauta: importância do crescimento econômico para o Brasil". Ao lado do presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, da secretária nacional de políticas para integração do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, do diretor de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do IPEA, Aristides Monteiro Neto, e de Luiz Esteves, assessor Especial da CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe), Fátima Bezerra destacou a janela de oportunidades que a região encontra hoje com a geração de energias renováveis, potencial hídrico com a transposição de águas do rio São Francisco e os investimentos em infraestrutura e educação.
"O Nordeste ainda tem o menor PIB per capita do país, fruto do desinvestimento e da desindustrialização. Mas, agora temos nova configuração com medidas que vislumbram cenário animador, como exemplo o campo das energias renováveis. Apenas o Rio Grande do Norte, por exemplo, gera 30% da energia eólica do país, o que é muito significativo em tempos de urgente necessidade de descarbonização do planeta", afirmou a governadora.
Aristides Monteiro Neto, diretor de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do IPEA concordou com a governadora e presidente do Consórcio Nordeste e reforçou que a desatenção ao Nordeste por muito tempo acentuou a pobreza e as dificuldades regionais. "Agora uma nova perspectiva se apresenta e a região cresceu no último ano média de 3%. E a capacidade de reflexão e planejamento melhorou muito na região", observou Monteiro.
Fátima Bezerra enfatizou a expansão do ensino superior e da educação profissional no início dos anos 2000. "E o resultado disso é que está acabando o antigo argumento de que os empreendimentos não vão para o Nordeste por falta de mão de obra qualificada. Isso é passado, e cito o caso da Voltália, que instalou seu centro mundial de operações em energias renováveis em Mossoró, atuando com mão de obra formada no Instituto Federal de Educação do Rio Grande do Norte (IFRN) de Joâo Câmara, cidade da região do Mato Grande do estado".
Sobre a atuação do Consórcio Nordeste junto aos estados, na busca e execução de ações para desenvolver a região, Fátima disse que "é de grande importância e lembrou que o Consórcio foi institucionalizado a partir de 2019, diante de uma conjuntura nacional desfavorável, com uma administração que desprezou o diálogo e o pacto federativo". Ela acrescentou que "buscamos atuação conjunta para soluções aos principais problemas da região. Além disso, o Consórcio exerce papel preponderante no debate nacional e na conjuntura política no novo governo que restabeleceu o pacto federativo e dialoga com estados, municípios e com a sociedade. Um exemplo é o novo PAC", afirmou.
Fátima Bezerra citou como prioridade para fortalecer o desenvolvimento econômico concluir as obras de transposição de águas do São Francisco. "Esta é uma obra de infraestrutura muito especial. Estamos executando as obras do ramal Apodi, investimento de R$ 1 bilhão. Até instituímos no âmbito Consórcio Nordeste um observatório para acompanharmos esta obra e outras. O objetivo é acompanhar a execução dentro dos prazos. Em conjunto com Ministério da Integração Nacional, estamos trabalhando projetos para aproveitamento das águas. E quero registrar que 70% da alimentação do brasileiro vem da agricultura familiar. O Nordeste tem 50% da produção da agricultura familiar, mesmo com a baixa mecanização e acesso a meios que facilitem a produção".
O Nordeste é hoje uma região estratégica para negócios inovadores, é destaque no turismo e na fruticultura, e é a região que responde por 90% da produção de energia eólica e 85% da produção de energia solar brasileiras. Dos mais de 932 parques eólicos instalados no Brasil, 829 estão no Nordeste. De forma que não é possível falar em política de descarbonização e mudança na base energética brasileira sem falar do Nordeste.
Ainda em relação aos investimentos, a governadora do RN disse que o Nordeste tem R$ 150 bilhões contratados em expansão da produção de energias renováveis. "Sobre o hidrogênio verde e usinas de energia limpa offshore temos 13 projetos no RN tramitando no Ibama. E o projeto inovador, que é o Porto Indústria verde, projeto de envergadura que tem âmbito não só local e nacional, mas para o mundo. Será implantado através de Parceria Público Privada - PPP".
"Antigamente se dizia que o Nordeste era problema, mas hoje é solução para o mundo por seu potencial em energia limpa. Promover o desenvolvimento econômico com inclusão e justiça social é o grande desafio que tem que estar permanentemente em nosso radar: desenvolvimento sustentável, inclusivo e justo", conclui Fátima Bezerra.
Fonte: Assecom