Saúde
Brasil lidera número de casos de dengue entre os países das Américas
16/04/2024 12h06
Foto: Reprodução / Freepik
Segundo o ranking da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), o Brasil é o país com mais registros de dengue nas Américas, concentrando 83% dos casos em um aumento de 237% nas ocorrências, quando comparado ao mesmo período de 2023. O número representa mais de 3 milhões de casos e mais de 1.200 mortes confirmadas por complicações do diagnóstico.
Esse aumento no número de casos fez com que diversos estados brasileiros decretassem estado de emergência em saúde pública, e a gravidade da situação exige mobilização de todos os brasileiros para combater a doença e evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti.
Além de ser prioritário combater os focos dos mosquitos nos locais que ficam próximos às residências, evitando sempre acúmulo de água em recipientes de tamanhos diversos, a infectologista e epidemiologista Sílvia Fonseca, que é docente do IDOMED (Instituto de Educação Médica), comenta que repelentes também podem ser usados para evitar as picadas, conforme instruções dos fabricantes.
Também médica pediatra, Sílvia alerta que não se pode usar repelentes em bebês e crianças pequenas de maneira geral. Se as famílias forem viajar para lugares onde sabidamente está havendo transmissão de dengue, a orientação é usar roupas que cubram braços e pernas, mesmo estando calor.
Na visão da especialista, a dengue é uma doença que pode variar muito clinicamente, desde o cidadão que não terá quase nenhum sintoma até aquele que apresenta um quadro grave, podendo levar à morte.
Os sintomas mais clássicos são: febre, que pode ser muito alta; dor de cabeça e atrás dos olhos, indisposição para comer, náusea e diarreia. A médica ainda explica que quando a doença dá sinais de piora, esses sintomas ficam mais acentuados, e a pessoa passa a ter uma indisposição muito maior. “Muitas vezes a febre já passou entre o 3º e o 5º dia, mas pode acontecer ainda uma dor muito forte na barriga, diminuindo a vontade de urinar”, explica.
Outras complicações são tontura, sonolência, vômitos ininterruptos e sangramentos espontâneos, no nariz, após a escovação de dentes ou em pessoas que podem ter um fluxo menstrual mais intenso. Algumas podem apresentar pintinhas na pele, as famosas “petéquias”. Segundo a epidemiologista, esses sintomas indicam que a pessoa está piorando e deve procurar ajuda médica o quanto antes.
Hidratação é importante para tratamento
Com a dengue, ocorre uma desidratação intensa do indivíduo. Assim, quanto mais líquido for reposto, menor poderá ser a chance de piora. A Dra. Sílvia Fonseca comenta que é necessário beber muito líquido, cerca de 4 a 5 litros por dia. Água e sucos podem ser utilizados, e pelo menos 1 litro da hidratação deve ser de soro de reidratação, que pode ser com soro caseiro
Crianças e idosos
Com relação às crianças, a docente do IDOMED aponta que surge um problema, pois elas não manifestam os sintomas clínicos de forma tão exuberante. “Por exemplo, uma criança com menos de dois anos com dengue pode ficar muito chorosa e irritada. A doença pode até causar febre, mas, como as crianças costumam ter também outras viroses, os pais devem ficar bem atentos”, diz. Por precaução e em caso de dúvida, a pediatra pede para os responsáveis levarem suas crianças ao médico para realizar o exame da dengue, chamado NS1.
A médica Sílvia Fonseca ressalta que é muito importante seguir uma linha de tratamento, pois a maior parte das pessoas se recupera plenamente da doença. Porém, crianças, idosos e pessoas com problemas de saúde pré-existentes podem desenvolver uma forma grave da dengue, que pode levar a óbito quando não tratados corretamente.