A draga contratada para a obra de engorda da praia de Ponta Negra, em Natal/RN, deixou o porto da cidade na manhã deste domingo (7). A informação foi confirmada por Thiago Mesquita, secretário Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal (Semurb).

A embarcação havia chegado ao litoral potiguar no dia 24 de junho para iniciar os trabalhos, mas a obra ainda não tem permissão para ser executada, pois o município aguarda as licenças ambientais do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema).

A draga custa R$ 500 mil por dia, incluindo mobilização, transporte e preparo. Segundo o presidente da companhia responsável, todos esses custos são cobertos por um contrato a preço fixo com a prefeitura.

A saída da draga foi um dos principais temas de discussão política neste final de semana. Entre os pré-candidatos à prefeitura de Natal, as opiniões variaram.

Carlos Eduardo (PSD), ex-prefeito e pré-candidato, criticou a demora na execução da obra: "Depois de engavetar o projeto que deixamos pronto por 4 anos, o atual prefeito coloca em risco um dos principais cartões-postais da cidade! É revoltante ver a Prefeitura e o IDEMA discutindo quem tem razão enquanto o Morro do Careca é levado pelo mar. Precisamos mudar essa forma de administrar a cidade, feita de improviso e despreparo. Chega!", publicou em suas redes sociais.

Rafael Motta (Avante), outro pré-candidato, lamentou a falta de cooperação entre o Governo do RN e a Prefeitura de Natal: "É lamentável a falta de união entre o Governo do RN e a Prefeitura de Natal na emissão da licença para a engorda da Praia de Ponta Negra. A cooperação entre os entes federativos é essencial para o progresso. Na nossa gestão, vamos unir esforços pelo bem da nossa cidade", declarou em sua conta no X.

Paulinho Freire (União Brasil), que conta com o apoio da gestão municipal, também expressou seu descontentamento: "É inaceitável que a draga, que iria iniciar a obra de engorda da praia de Ponta Negra, tenha deixado o local neste domingo. Natal não pode perder essa obra. Isso atinge nossa principal indústria, o turismo. Natal e o Rio Grande do Norte só têm a perder. Isso não pode acontecer", lamentou.

Natália Bonavides (PT), pré-candidata, atribuiu a responsabilidade à gestão municipal: "A prefeitura de Natal escancarou a sua própria incompetência. Na obra que dizia ser prioritária para a gestão, levou quase um ano desde a licença prévia do IDEMA que permitia a realização da licitação para encaminhar o pedido de licença definitiva para início das obras", destacou em suas redes sociais.

Em resposta aos questionamentos, o Idema declarou ter finalizado a análise dos documentos enviados pela Prefeitura de Natal, mas que ainda há 19 pontos que precisam ser esclarecidos. O órgão informou que recebeu as respostas às condicionantes do licenciamento prévio da prefeitura após 11 meses do pedido inicial e que uma equipe técnica multidisciplinar, composta por mais de 20 profissionais, está dedicada à avaliação dessas informações.