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Eleições Venezuelanas: Maduro é declarado vencedor; oposição alega fraude

29/07/2024 12h01

Eleições Venezuelanas: Maduro é declarado vencedor; oposição alega fraude

Foto: Reprodução/ Redes Sociais @nicolasmaduro
 
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou na madrugada desta segunda-feira (29) que o presidente Nicolás Maduro venceu as eleições presidenciais realizadas no último domingo (28). Com 80% das urnas apuradas, Maduro obteve 51,2% dos votos, contra 44,2% do opositor Edmundo González, segundo o presidente do CNE, Elvis Amoroso. No entanto, a oposição contestou os resultados, alegando fraude.
 
María Corina Machado, principal líder da oposição e apoiadora de González, declarou que a oposição ganhou em todos os estados do país e que possui 100% das atas transmitidas pelo CNE, indicando que González teria obtido 70% dos votos. Ela descreveu as supostas modificações nos resultados como "grosseiras".
 
O anúncio dos resultados aconteceu pouco depois da meia-noite em Caracas (1h em Brasília). Elvis Amoroso afirmou que a tendência da apuração era "contundente e irreversível" e mencionou ataques ao sistema eleitoral que teriam atrasado a divulgação dos resultados.
 
Repercussão Internacional
 
Créditos: Reprodução/ Redes Sociais @nicolasmaduro
 
A contestação da oposição prenuncia mais tensão na Venezuela, que está sendo monitorada por países vizinhos e pelos EUA. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, expressou "sérias preocupações" sobre o resultado anunciado e enfatizou a importância de uma contagem justa e transparente dos votos.
 
O presidente chileno, Gabriel Boric, também questionou os resultados e afirmou que o Chile só reconhecerá números "verificáveis". Até a publicação desta reportagem, os presidentes do Brasil, Colômbia e México não haviam se pronunciado sobre o resultado.
 
Nicolás Maduro, de 61 anos, comemora a vitória que lhe dará um terceiro mandato a partir de janeiro. Ele pediu respeito aos resultados e alertou contra qualquer tentativa de deslegitimar o processo eleitoral.
 
Desde o fechamento das urnas, às 18h de Caracas (19h em Brasília), os principais líderes da oposição pediram que seus eleitores permanecessem em "vigília" nos centros eleitorais. María Corina Machado solicitou que os oposicionistas exigissem atas de resultados nos centros de votação, citando que esse é um direito previsto em lei.
 
O processo eleitoral foi seguido de perto por países vizinhos e pelos EUA, mas teve uma reduzida participação de observadores internacionais. O governo Maduro retirou o convite para que uma missão da União Europeia acompanhasse o pleito.
 
Brasil aguarda mais informações sobre o Pleito Venezuelano
 
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) inicialmente iria enviar observadores internacionais para acompanhar as eleições venezuelanas. Contudo, após críticas de Maduro ao processo eleitoral brasileiro, o órgão de controle recuou da decisão.
 
Apesar da ausência dos observadores do TSE, o Brasil teve um representante enviado ao país vizinho. A pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o assessor especial da presidência, Celso Amorim, acompanha in loco o processo eleitoral venezuelano. Amorim celebrou a participação expressiva do eleitorado e pediu que "todos os candidatos" respeitem o resultado do pleito. O Brasil ainda não se manifestou oficialmente sobre o resultado. 

Fonte: Com informações de G1 e BBC Brasil